Investidores adotam certa cautela antes da agenda pesada da semana, que inclui o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de setembro, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e o Relatório de Política Monetária (RPM) no Brasil.
No exterior, serão divulgados o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA e o índice PCE, indicador de inflação predileto do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).
Nesta segunda-feira, a agenda é escassa, com destaque ao boletim Focus, que trouxe arrefecimento na estimativa do IPCA suavizado 12 meses à frente, a 4,36% (de 4,43%) - aquém do teto da meta de 4,50%. Já a projeção para 2025 seguiu em 4,83% e a de 2027 - foco da política monetária -, em 3,90%, assim como a expectativa para a Selic ao final de 2025 permaneceu em 15% ao ano.
Ainda há expectativa de que o Senado vote na terça-feira o Projeto de Lei Complementar (PLP) 168/2025, que viabiliza a medida provisória (MP) do pacote para socorrer as empresas afetadas pelo tarifaço dos Estados Unidos e tramita sob regime de urgência. Para quarta-feira, o Senado marcou a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024, segunda parte da regulamentação da reforma tributária.
Também para ajudar nas negociações no Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu não viajar com o presidente Lula para os EUA, onde ele participa da Assembleia Geral da ONU, e cuidar de perto da pauta doméstica. Há possibilidade de votação do projeto de lei que amplia a isenção do Imposto de Renda a quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Outro ponto de atenção é o debate sobre a PEC da Blindagem e a anistia após os manifestos do final de semana no Brasil contrários às pautas. Aliados de Lula acreditam que a adesão às manifestações terá poder de frear a tramitação das propostas e de manter a pressão contra condenados por tentativa de golpe de Estado.
Há pouco, o Ibovespa perdeu a marca dos 145.863,86 pontos da máxima de abertura, renovando uma série de mínimas antes de a agenda da semana ganhar força. Além da cautela internacional, em meio a temores de paralisação do governo dos EUA, o que joga os índices de ações do exterior para o negativo, há ainda parcimônia no Brasil com a dívida pública, em meio a recentes debates.
Membros da equipe econômica avaliam que há problemas sérios em relação à resolução proposta pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) e de relatoria do senador Oriovisto Guimarães (PSDB-PR) de colocar um teto de 80% para a dívida federal em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
"O mercado repercute isso, que pode travar o endividamento em 80% e gerar insegurança aos investidores, e o governo pode ficar engessado", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. "Então, o Ibovespa realiza um pouco as recentes altas", acrescenta Monteiro.
Às 10h47, o Índice Bovespa caía 0,73%, aos 144.804,23 pontos, ante recuo de 0,96%, aos 144.457,58 pontos, na mínima. De 84 ações, seis subiam, com destaque para Embraer (2,08%), após anúncio de captação.
Já a maior queda era Cosan (-17,73%), após o BTG Pactual e Perfin Investimentos anunciarem aporte de R$ 10 bilhões na holding.
Na sexta-feira, o Ibovespa fechou com alta de 0,25%, aos 145.865,11 pontos, recorde, após nova marca inédita no intradia, a 146.398,76 pontos (alta de 0,62%). Hoje, o dólar e os juros futuros avançam pela manhã.
(Com Agência Estado)
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