O tema fiscal, conforme pontuou Campos Neto em evento com investidores promovido pelo Itaú, foi muito debatido nas reuniões realizadas nesta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington. "Começamos a ver o impacto de alta da dívida e do custo de rolagem na liquidez global", disse o presidente do BC.
Conforme Campos Neto, há hoje menos espaço para impulsos fiscais no mundo, enquanto os bancos centrais têm também menor espaço para apoiar a economia global.
Ao fazer comentários sobre o cenário internacional, o presidente do BC observou que eventos climáticos com impacto na oferta de alimentos aumentaram quase exponencialmente, levando também a muitas mudanças nos seguros que cobrem perdas da agricultura.
Em paralelo, a recuperação da produtividade, em queda no mundo, depende de mais políticas. Campos Neto também chamou a atenção ao modelo de crescimento da China baseado em exportações, que levou à elevação de barreiras tarifárias pelo mundo. A preocupação no médio prazo é sobre como fica o crescimento chinês diante desses obstáculos, e seu impacto nas economias emergentes que exportam commodities ao gigante asiático.
"A pergunta é o que acontecerá com o modelo exportador da China diante das restrições", declarou o presidente do BC. Durante o evento organizado pelo Itaú, Campos Neto, mais uma vez, defendeu a posição data dependent do BC diante de uma série de incertezas no horizonte, inclusive em torno do ritmo e extensão dos cortes de juros pelo Federal Reserve. Ele ponderou que houve nas últimas semanas um aumento na precificação do mercado sobre a taxa de juros terminal nos Estados Unidos.
(Com Agência Estado)
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