O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil tem “muita bala na agulha" para responder a uma eventual piora na crise econômica mundial e caso necessite de estímulos monetários e fiscais. - Para enfrentar essa crise internacional, devemos continuar fazendo uma consolidação fiscal. É fundamental ter uma situação fiscal sólida em um momento como este. E o governo busca essa consolidação, elevando o resultado primário.
O ministro durante evento promovido pela Ordem dos Economistas do Brasil. De acordo com Mantega, o governo vai continuar “fazendo bons resultados fiscais”, cada vez mais sólidos. Esse, segundo ele, é um pedido da presidenta Dilma Rousseff. - Essa consolidação fiscal deve se fazer, sobretudo, pela contenção de gastos de custeio, para ficar mais espaço para manter investimentos e possibilitar desonerações tributárias.
O ministro lembrou que a consolidação fiscal “não é para derrubar a economia”, mas para permitir um crescimento mais sólido e de longo prazo. - Reduzindo os gastos de custeio, podemos fazer mais investimento e abrir espaço e condições para que, no futuro, a taxa de juro possa ser reduzida.
Mantega disse ainda que será preciso estabelecer nova relação entre a política fiscal e a política monetária, “deixando a política monetária mais ativa e a fiscal, mais na defensiva”.
Segundo o ministro, a crise de 2008 ainda não terminou para os países avançados e pode novamente se transformar numa crise de bancos (financeira). Segundo ele, o cenário econômico de países desenvolvidos como os Estados Unidos e a Europa pode pressionar a economia mundial e intensificar a guerra cambial e a busca por novos mercados. - Neste cenário de baixo crescimento, temos falta de mercado para manufaturados. Portanto, os países estão entrando numa disputa feroz pelos poucos mercados que existem. E o nosso é um dos poucos disponíveis. Estamos partindo para uma concorrência predatória.
Segundo ele, a guerra cambial tende a recrudescer neste período e continuar crescendo porque as soluções não estão sendo dadas. “Uma arma que todos os países estão usando é a manipulação cambial para terem competição e ocuparem os mercados de outros países”, acrescentou. - Podemos observar que a economia americana não está tendo a recuperação que esperávamos após a crise de 2008, caminhando em passo lento, que poderá desembocar numa recessão; do lado europeu, a coisa não está melhor. Eu diria até que está pior: há um ritmo baixo de crescimento e uma crise da dívida mais aguda que nos Estados Unidos.
Para ele, a previsão é que os países desenvolvidos, nos próximos dois anos, continuem apresentando ritmo lento de crescimento. - Os emergentes estão melhores, principalmente os dinâmicos, mas não estão isentos dessa crise.
Apesar desse cenário, Mantega disse que o Brasil está preparado para enfrentar a situação. “Mais preparado do que em 2008”, disse ele, lembrando que o país tem reservas maiores que na crise anterior, um mercado interno “valioso” e depende bem menos do mercado externo que outros países, como a China.
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