Desde setembro, o BC já aumentou a taxa básica de juros em 4,25 pontos, o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos - perdendo apenas para os 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia.
Em comunicado, o colegiado deixou de dar indicações sobre a evolução futura da taxa com a justificativa de "elevada incerteza", principalmente por conta dos efeitos do tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump. "Para a próxima reunião (em junho), o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste (dos juros) e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação", diz o texto.
Na sequência, o Copom fala em "vigilância". "O comitê se manterá vigilante, e a calibragem do aperto monetário apropriado seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação à meta no horizonte relevante."
Ao subir a taxa em 0,5 ponto, o Copom seguiu a sinalização que havia sido dada em março, de que o juro seria elevado num ritmo menor do que o 1 ponto escolhido pelo colegiado nas reuniões anteriores. Sob o comando de Gabriel Galípolo, indicado à chefia do BC pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já foram três aumentos.
O alvo central perseguido pelo BC é de uma inflação de 3%, com margem de tolerância de até 4,5% (teto). Mas as projeções do mercado continuam a indicar números bem diferentes. Segundo o boletim Focus, a estimativa para o IPCA neste ano está em 5,5%.
Ainda assim, pela primeira vez desde setembro de 2024 o Copom deixou de dizer que existe uma "assimetria de alta" no seu "balanço de riscos" para a inflação - ou seja, que haveria mais motivos para esperar aumento da inflação, em vez de queda. Isso fez com que alguns analistas passassem a considerar a possibilidade de o BC ter encerrado ontem o atual ciclo de aperto monetário. "Está com uma linguagem muito próxima de fim de ciclo. Eu acho que o mercado vai interpretar dessa forma", afirmou Solange Srour, diretora de macroeconomia para o Brasil no UBS Global Wealth Management (mais informações na pág. B8). Para o estrategista macro do BTG Pactual Portfolio Solutions, Alvaro Frasson, "parece que há um desejo muito grande (do BC) de parar com o ciclo de altas".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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