Morre poeta e artista da banda Caximir que marcou cena noturna de Cuiabá; veja vídeo

Antônio Carlos Lima faleceu por complicações de um AVC; imortais da AML homenagearam artista

CAMILA RIBEIRO
Da Redação

Reprodução/Revista Pixé

Reprodução/Revista Pixé

O documentarista, ator, poeta e artista multifacetado Antônio Carlos Lima, 68 anos, mais conhecido como "Toninho", faleceu nesta sexta-feira (12), em Cuiabá, em decorrência de complicações de um acidente vascular cerebral (AVC). Nascido em Terra Boa, no Paraná, o escritor chegou a Mato Grosso na década de 70. Vanguardista literário e um dos fundadores da banda Caximir, que marcou a noite da Capital nos 80 e 90 por suas apresentações perfomáticas, Toninho era um homem à frente do seu tempo e criou um estilo de poesia marcante, que permaneceu nos porões do underground da cuiabania. O velório será restrito à família.

A presidente da Academia de Letras Mato-grossense (ALM), Luciene Carvalho, disse, em entrevista ao HNT, que o poeta deixa um número considerável de obras não publicadas, que preservam uma grande riqueza cultural. A líder da entidade lamentou a morte do amigo e artista, afirmando que a "Cuiabá-arte" sofre uma grande perda.

"Só posso falar como fã. Eu entendo o dia triste, eu entendo a tarde cinza. Às vezes, o poeta não tem a visibilidade que merece, mas essa alma lírica que está voltando para algum outro lugar, para algum outro jardim. Ele era um ser do baixo Coxipó e acho que essa chuva é a nossa forma de nos despedirmos do Toninho", falou Luciene Carvalho.

O jornalista e também imortal da AML, Lorenzo Falcão, acredita que esse fato força a cuiabania a "experimentar um vazio". A lacuna deixada na cena da cultura também se estende à produção audiovisual, da qual Lorenzo tem parte. O imortal e atual titular da cadeira 12 da Academia de Letras estrelou ao lado de Toninho o documentário "Cerimônias do Esquecimento", patrocinado à época pelo Ministério da Cultura.

"Sua contribuição para a dramaturgia, a música, o audiovisual, o verbo, enfim suas performances inusitadas já estão fincadas em nossa memória coletiva. Por estas bandas, iniciou-se nas artes e atuou também na publicidade, tecendo com dedicação espontânea a sua trajetória. Outsider, independente ou underground? Quem sabe uma combinação das três coisas. Serviu e há de servir por tempo indeterminado, como inspiração e exemplo para novos (e velhos) artistas", relatou Lorenzo Falcão.

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