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Cuiabanália Domingo, 08 de Dezembro de 2013, 13:37 - A | A

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Domingo, 08 de Dezembro de 2013, 13h:37 - A | A

ENTREVISTA DA SEMANA

Falta de critério na distribuição equitativa de incentivos à cultura desestimula produção literária

Moisés Mendes Martins Júnior, escritor e membro da Academia Mato-grossense de Letras, não se conforma com o desaparecimento do hábito da leitura

NELSON SEVERINO

 

 


 



Membro da Academia Mato-grossense de Letras e da Academia Mato-grossense Maçônica de Letras, poeta, compositor, cantor, com CD gravado  e autor de oito livros, o escritor Moisés Mendes Martins Júnior, que há muitos anos saiu de Campo Grande (MS), para contar em prosa e verso o cotidiano de Cuiabá, não parece muito satisfeito com a literatura cuiabana nas duas últimas décadas.

Tanto é que foi lacônico em suas respostas a algumas perguntas nesta entrevista ao HiperNotícias. Segundo Moisés Martins, cuja obra mais popular é o livro “Força da fala no dizer do cuiabano”, a literatura cuiabana tem evoluído nos últimos 20 anos, porém não em nível de Capital do Estado, pois há carência de escritores, e pouca leitura, principalmente no currículo escolar.

Dentista, o intelectual Moisés Martins tem também no seu currículo uma passagem pela Câmara Municipal de Cuiabá, cuja sede era na Avenida Isaac Póvoas. Em 1980, quando o governo militar que comandava o País decidiu prorrogar os mandatos de prefeitos e vereadores por dois anos para uniformização das eleições municipais, ele se insurgiu contra a medida autoritária, pegou o boné e foi embora...

"Enquanto não existir política de cultura, onde o incentivo seja livre e não falte estímulo aos que escrevem, continuaremos a caminhar em progressão aritmética. O problema não está localizado nos incentivos financeiros, mas sim na distribuição qualitativa dos mesmos", afirma Moisés Martins ao criticar a política de incentivos dos sucessivos governos de Mato Grosso.

'Trancas e taramelas' (Contos do Cerrado e Pantanal Mato-grossense),  'Revendo e Reciclando a Cultura Cuiabana', 'Do Cerrado, Pantanal ao Cosmo; um Passeio Poético' (que formam a Trilogia Mato-grossense), “'Ancestralidade' e 'Força da fala no dizer cuiabano' são algumas das oito obras de Moisés Martins.

O autor não se conforma com o desaparecimento do hábito da leitura, que para muita gente tem tudo a ver com o advento da televisão e da Internet. Moisés Martins acha que nem 0,5% dos mato-grossenses leram obras do seu mais consagrado escritor, Guilherme Ricardo Dicke, que escreveu mais de 40 livros e na década de 70 recebeu o Prêmio Nacional Walmap de Literatura.  

Moisés Mendes Martins Júnior, escritor, membro da Academia Mato-grossense de Letras e da Academia Mato-grossense Maçônica de Letras, poeta, compositor, cantor, com CD gravado e autor de oito livros

HiperNotícias – Como o escritor Moisés Martins Mendes Júnior avalia a literatura cuiabana nos últimos 20 anos: evoluiu? Estagnou?
Moisés Martins – Tem evoluído, porém não em nível de uma Capital de Estado, pois há carência de escritores, e pouca leitura, principalmente no currículo escolar.

HiperNotícias – Muitas pessoas que se dedicam a escrever com o propósito de ver seus trabalhos transformados em livros reclamam que a lei estadual de incentivo à cultura prefere, através da Secretaria de Estado de Cultura, destinar vultosos recursos para bancar festas de cunho meramente político, preterindo a produção literária. Como autor de vários livros já publicados, o senhor sofre também essa discriminação da Lei Hermes de Abreu?
Moisés Martins – Não diria discriminação, mas sim falta de maior interesse das autoridades estaduais para incentivar a nossa cultura.

HiperNotícias –
Quantos livros o senhor publicou até hoje? Quais tiveram maior aceitação do público? Como pode ser dimensionada a aceitação dos leitores às suas obras: venda de livros? Elogios da crítica especializada?
Moisés Martins – Oito livros, sendo a “Força da fala no dizer cuiabano”, o mais significativo. As vendas foram poucas e elogios, também. E existe critica literária especializada em Cuiabá?

HiperNotícias – As escolas municipais e estaduais em Cuiabá colaboram na divulgação das obras dos autores locais quando a produção literária está relacionada com a cultura cuiabana e mato-grossense?
Moisés Martins – Não.

Marcos Lopes/HiperNotícias

Segundo Moisés Martins, as escolas municipais e estaduais em Cuiabá colaboram na divulgação das obras dos autores locais

HiperNotícias – Além da televisão e da Internet, que outros fatores estão levando a população, principalmente a juventude, a se afastar do saudável hábito da leitura? Que saídas o senhor vislumbra para reverter essa situação?
Moisés Martins – Justamente a difusão do hábito da leitura nas redes de ensino municipal, estadual e universidades. Esta é a saída que para minimizar tal situação.

HiperNotícias – Um maior investimento da lei de incentivo à cultura no Estado poderia servir como atrativo ao surgimento de novos talentos nas artes de um modo geral – literatura, música, dança, pintura?
Moisés Martins – Enquanto não existir política de cultura, onde o incentivo seja livre e não falte estímulo aos que escrevem, caminharemos em progressão aritmética. O problema não está localizado nos incentivos financeiros, mas sim na distribuição qualitativa dos mesmos.

HiperNotícias – Na área da literatura, além de Ricardo Guilherme Dicke, que ganhou na década de 70 o Prêmio Nacional Walmap de Literatura, alguém mais de Cuiabá conseguiu viver exclusivamente da produção literária?
Moisés Martins – Eu publiquei oito livros, dos quais  "A força da fala no dizer cuiabano", foi o mais difundido, mas como já afirmei, as vendas foram poucas e elogios também, pois o desconhecimento das obras de muitos autores é impressionante em Cuiabá. Você citou o eminente escritor Ricardo Guilherme Dicke, que por sinal prefaciou um dos meus livros de contos, na "Trilogia mato-grossense", entretanto, talvez 0,5 % dos ditos intelectuais leram as obras de Dicke. Digo-lhe que escrever é muito mais necessidade de quem escreve, que incentivo para o ato de escrever, o que eleva a intelectualidade e a cultura de um povo! 

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to de olho no peixe 13/12/2013

Nobre amigo Moisés Mendes Martins, trabalhei ao seu lado em um determinado órgão do município de Cuiabá. Não esqueço jamais de todos os dias alegres que você chegava aplicando belos silvos no raiar do dia. Sem contar com o Feroz Paiaguá. Obrigado por sua torcida, suas orações e a força que me deu. Hoje passei todas as fases, sobrevivi e estou aqui pra contar esta história... Felicidades pra você, que é autoridade no assunto.

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