Mayke Toscano/Hipernotícias |
![]() |
O governo do Estado não vai desistir do sistema de vigilância de fronteira, apesar da decisão de cancelamento do contrato feito com a empresa Global Tech, com dispensa de licitação, para a aquisição dos equipamentos, por R$ 14,1 milhões, anunciada nesta sexta (04.11).
“A nossa vontade é dar resposta para esse problema de segurança na fronteira, e vamos buscar outro modelo para viabilizar isso”, garantiu o governador Silval Barbosa, em entrevista exclusiva a HiperNoticias.
De acordo com Silval, “determinei o cancelamento e alertei a equipe que o Governo precisa ter mais cautela para realizar as coisas para não corrermos riscos de não se contratar da melhor forma”, salientou o governador.
De acordo com Silval, o Estado estuda se vai fazer uma chamada internacional, que é uma modalidade de licitação, e também considerará outros sistemas, e não mais apenas o russo. “Desistimos apenas desse modelo de inexigibilidade, não do sistema de vigilância”, frisou.
INVESTIGAÇÃO
Silval também afirmou que além do cancelamento, determinou que a Procuradoria do Estado apure as responsabilidades de eventuais falhas de servidores da Agecopa/Secopa na dispensa de licitação.
“Determinei que a PGE cancelasse e tomasse as providências cabíveis”, salientou.
Nos bastidores do governo, era visível o constrangimento do Procurador Geral Jenz Prochnow com a situação, já que teria sido induzido a erro pela Agecopa/Secopa. Como o Auditor Geral, José Alves Filho, é muito ligado ao secretário da Copa 2014, Eder Moraes, caberá a Prochnow apurar a responsabilidade dos servidores envolvidos.
O governador aproveitou a reunião de mais de quatro horas em que decidiu cancelar o contrato com a Global Tech para também determinar o cancelamento de outro contrato, relacionado à construção de um teleférico em Chapada dos Guimarães.
Segundo uma fonte presente à reunião, Silval considerou o processo de licitação “obscuro”.
OFICIAL
A Secretaria de Comunicação emitiu uma nota à imprensa às 19h40 para oficializar a posição do Governo, já antecipada por HiperNoticias.
Na nota, o Governo se limita a dizer que após “reanálise” do caso pela PGE, o Governo decidiu cancelar o contrato e apurar as responsabilidades.
Veja abaixo.
Nota à Imprensa
Após a Procuradoria Geral do Estado (PGE) reanalisar o processo de aquisição de 10 Conjuntos Móveis Autônomos de Monitoramento (Comam), o Governo do Estado determinou o cancelamento do contrato de compra dos equipamentos pela Globaltech, bem como o início - por parte da PGE - dos procedimentos cabíveis para notificar a empresa.
O Governo do Estado reitera a necessidade de investimentos em segurança e no combate ao crime organizado na região da fronteira.
Novas ações e projetos para a região serão implementados dentro da política de segurança pública do Estado.
Cuiabá, 04 de novembro de 2011.
Secretaria de Estado de Comunicação Social
Governo de Mato Grosso
LEIA MAIS SOBRE O ASSUNTO:
Governo decide cancelar contrato de R$ 14,1 milhões com Global Tech
Secopa mente: Global Tech não tem autorização do Exército para vender sistemas de vigilância
Global Tech foi criada apenas para ‘atender’ ao Governo de Mato Grosso
Agecopa contrata empresa que nunca produziu equipamentos, diz relatório. VEJA ÍNTEGRA
Zezim 06/11/2011
Entendo que o planejamento, a aquisição e o recebimento dessas tecnologias estrangeiras de segurança de fronteira devem ter a participação do Exército, da Polícia Federal e outros órgãos de segurança. Deve ter a opinião de especialistas, e não como quer o Governo de Mato Grosso, que, só porque tem dinheiro fácil, planeja sozinho e que comprar de empresa privada de fachada. Acho que há mais interesse em propina do que na segurança da fronteira. A segurança é das fronteiras brasileiras, não é só de Mato Grosso. Se a aquisição fosse feita diretamente pelo Governo Federal, não teríamos a cobrança do IPI, que a Global Tech provavelmente deve ter embutido no preço. Se o percentual de propina foi cobrado sobre o preço total, o seu valor fica maior ainda.
Juarez Civita 05/11/2011
Induzido a erro? FRANCAMENTE!!! O parecer emitido pela PGE não teve nada de indução!!! Pessoas de \"gabarito\", como são os Procuradores do Estado, não podem se dar ao luxo de incorrerem no erro por causa de outros. Disto tudo podemos tirar duas conclusões possíveis: Se foram mesmo induzidos ao erro, demonstram que não merecem o cargo/função que ocupam. E se não foram induzidos, ficamos a entender que a autorização tenha sido provavelmente tendenciosa, e, deste modo, pode significar ligações perigosas de alguns procuradores com os dirigentes da antiga Agecopa (caso as irregularidades venham mesmo a serem comprovadas). A PGE não está nada mais do que assumindo sua própria cria... tentando corrigir o erro que cometeu.
marcos 04/11/2011
Essa PGE tá de brincadeira, o MP deve investigar quem deu a autorização de dispensa da licitação, óbvio que foi a PGE e mandar esse irresponsável pra RUA, agora o pai da criança é o CARLOS BRITO????SEM COMENTÁRIOS.....SILVAL SE VOCÊ NÃO ABRIR ESSES SEUS OLHOS VOCÊ VAI PARAR NA CADEIA COM ESSA EQUIPE....
3 comentários