O Banco do Brasil enviou uma relação parcial com 373 escrituras de propriedades rurais pleiteando financiamentos bancários. As matriculas eram dadas como garantia do negócio e em tese, pertencem a cerca de 100 proprietários, que estão sendo investigados.
Em um dos financiamentos fraudulentos a quadrilha usou a matricula de um terreno em Barra do Garças para forjar matricula de uma área de 25 hectares em Porto Alegre do Norte, pela qual conseguiram dois empréstimos, um de R$ 314 mil no Banco do Brasil e outro de R$ 316 mil no Bradesco.
No início de novembro, a quadrilha tentou obter um financiamento de R$ 30 milhões junto a uma instituição financeira do Estado de São Paulo. O golpe foi descoberto e duas pessoas foram presas no dia 14 de novembro por uso de documentos falsos e tentativa de estelionato.
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Informações repassadas à delegacia de Confresa, as matriculas eram obtidas com o uso de documentos falsos junto a cartórios de registros de imóveis, principalmente em Barra do Garças, além da região de Porto Alegre do Norte, Vila Rica, General Carneiro e dos Estados de Goiás e Tocantins.
PRISÃO CUMPRIDA
No total a Operação “Liga da Justiça” , deflagrada na segunda-feira (2), já prendeu nove membros da organização criminosa, sendo oito em cumprimento de mandado de prisão e um em flagrante por posse irregular de arma de fogo. O grupo é acusado de crimes de falsificação de documentos particular e público, falsidade ideológica, fraude processual, esbulho possessório e homicídios.
O último integrante da quadrilha foi preso segunda-feirea (2) à tarde, em Porto Alegre do Norte, em cumprimento de mandado de prisão. "100% dos alvos com prisão decretada presos", disse a delegada do GCCO, Cleibe Aparecida de Paula.
Entre os investigados estão um ex-servidor do cartório de registro de imóveis de Barra do Garças, um oficial de justiça, dois policiais militares aposentados, mandante e executores do duplo homicídio, falsificadores de documentos, dois corretores de imóvel, posseiros, beneficiários das fraudes e um escrivão de justiça. Os nomes serão preservados para não atrapalhar o andamento dos inquéritos policiais. Ao todo são 10 inquéritos policiais, sendo 9 em Porto Alegre do Norte e um no GCCO.
A delegada da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Cleibe Aparecida de Paula, a quadrilha é bem organizada e tem ramificações em outros Estados, entre eles Goiás e Tocantins. “Vamos investigar o caso dos dois homicídios, por isso veio para cá (Cuiabá). Estamos no momento de arrecadar provas para identificar os autores e assim que concluirmos as investigações será encaminhado para o Poder Judiciário. O que colhermos de informações que não compete a nossa investigação, mas que possa contribuir com o trabalho do Judiciário serão encaminhados para o Judiciário”.
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Ainda não se sabe se são os donos, mas pessoas da organização a mando dos proprietários. Para embasar a investigação foram coletados por meio de busca e apreensão escrituras privada rural e urbana, CPU, computador, 4 armas.
“Uma pessoa se apresentou dizendo ser autor do crime, mas os álibis caíram. Ele disse que estava com uma foice nas costas e uma 12. A pericia constatou que a 12 não foi usada no crime e para ocorrer o crime foram usadas duas armas, havia nas vítimas projéteis de duas armas distintas”, pontuou a delegada.
No mesmo ano (2011), antecedendo o crime, também foram ameaçados na cidade o delegado e uma vereadora. A legisladora por conta de ter terras de sua propriedade que tiveram documentos falsificados e ela buscou a justiça para comprovar a verdade. Por isso, foi ameaçada para desistir do processo.
QUADRILHA
A quadrilha tem ramificações em outros estados como Goiás, Tocantins, mas segundo a delegada Cleibe Aparecida de Paula, agia no estado todo.
O esquema é forte e deve estar atuando há muito mais tempo, não apenas os dois anos da investigação. “Para falsificar em todo lugar tem infiltrado um deles (que favorecia a quadrilha), na delegacia, no Fórum, no Intermat”, adverte a delegada.
Sem muitos detalhes, a delegada disse que há nomes de gente importante entre os envolvidos.
(Com assessoria)
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