A Ata de Vistoria realizado pela empresa Proseg, seguradora do Edifício Sunset Boulevard, aponta a responsabilidade da Construtora Plaenge no caso do incêndio ocorrido no dia 14 deste mês, que isolou o prédio de 23 andares, em Cuiabá. A construtora, por sua vez, aguarda o laudo técnico da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec-MT).
A causa do dano depende de análise específica, mas de acordo com a seguradora, “a falha é própria da instalação, não está ligada a fatores externos, como sobrecarga ou curto-circuito com origem em algum apartamento”.
O laudo foi elaborado após inspeção visual das instalações e danos registrados, feitas por um engenheiro eletricista consultor contratado pelo condomínio para a vistoria junto a seguradora.
Foram constatados danos generalizados nas prumadas dos apartamentos com perda total das mesmas. Os danos foram causados por queima de isolamento de cabos, fusão de condutores por arco elétrico e curto-circuito, segundo a vistoria. E estão concentrados nas caixas de passagem do 7º e 10º andares do edifício, indicando que o curto-circuito tenha ocorrido na fase terra por contato elétrico entre os cabos das prumadas com as bordas das caixas.
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Com isso, houve a corrente de curto-circuito com intensidade de corrente elétrica limitada pela própria resistência de aterramento de instalação e a resistência do trecho de cabos, que foram afetados em determinados trechos por calor irradiado na chaminé que se formou pela própria característica da instalação construída.
Ainda de acordo com a ata, “outros aspectos relevantes estão associados ao sistema de fixação dos cabos, com amarração em arame e as pontas de ferro presas na alvenaria e em parte inseridos em eletrodutos tipo mangueira plástica de cor marrom, que apresentam uma característica termoplástica com intenso derretimento do calor”.
Estes mecanismos de falha já estavam apontados na carta elaborada pelo Departamento de Assistência ao Cliente da Construtora Plaenge dois meses antes do incêndio no edifício. Na época, foi detectado na vistoria de rotina que “algumas tubulações na parede inferior das caixas de passagem das prumadas elétricas haviam se deslocado e algumas isolações dos cabos estavam em contato direto com a caixa”.
O alerta era de que poderiam ocorrer o rompimento da isolação, fuga de corrente, sobreaquecimento ou curto-circuito. Contudo, o reparo foi executado pela Construtora Plaenge, segundo o morador e porta-voz dos demais residentes do local, Wendel Rolim.
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Agora, Rolin afirma que a ata é “conclusiva de que a responsabilidade do incidente é da Plaenge”, mas até o momento, os moradores continuam sem auxílio da construtora. “Cada um se virando na casa de parentes ou amigos e outros alugaram apartamentos até a solução do caso. (...) Uma coisa é o auxílio, outra questão é a responsabilidade e essa não muda, é permanente. Eu, enquanto morador, estou guardando Nota Fiscal de todos os gastos extras para depois cobrar de quem for de direito. Para isso, é preciso provar de quem é a responsabilidade e precisa do laudo técnico da Politec”, conclui.
LAUDO DA POLITEC
A previsão é de que uma preliminar do laudo seja divulgado na próxima semana, mas o trabalho só será concluído em até 90 dias após o término do exame pericial no edifício, segundo Alan Roberto da Fonseca, coordenador de Perícias Externas da Politec.
“Ainda não começaram a fazer os laudos. Estão quase finalizando os exames. O trabalho é muito técnico, compreende todo o revestimento dos cabos que estão sendo comparados com os usados em edifício similares, as paredes que isolam o cabo estão sendo solicitadas para serem derrubadas. No entanto, nada que impeça a reforma do prédio, assim que a perícia é feita será liberada”, finaliza.
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