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Cidades Sábado, 16 de Dezembro de 2023, 15:45 - A | A

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Sábado, 16 de Dezembro de 2023, 15h:45 - A | A

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Panorama da guerra: Repórter-fotográfico cuiabano narra vigilância extrema, perseguição israelense a jornalistas e crise humanitária no Líbano

Ahmad Jarrah, que tem origem libanesa, foi para a região central do Líbano com a mãe, a esposa e o filho

RAYNNA NICOLAS
Da Redação

O excesso de vigilância, a crise humanitária e a perseguição sionista a jornalistas foram as primeiras impressões do repórter-fotográfico Ahmad Jarrah após sua chegada no Líbano. Logo no primeiro dia no país, na terça-feira (12), Ahmad e a família foram recebidos com um bombardeio perto o suficiente para fazer com que as janelas da casa onde estão hospedados tremessem.

A cautela começou ainda na chegada em Beirute, capital do Líbano. Ahmad, a mãe, a esposa e seu filho precisaram passar pela Turquia antes de aterrissar em território libanês. Já no aeroporto, o fato de se tratar de um jornalista levantou preocupação. A imprensa, segundo os relatos colhidos por Ahmad ao longo de quase uma semana, se tornou um dos principais alvos do exército israelense.

LEIA MAIS: Repórter-fotográfico cuiabano faz live da zona de guerra no Líbano e denuncia assassinato de 100 jornalistas

“A primeira coisa que me falaram, que me orientaram foi para tomar cuidado porque eles estão caçando jornalistas. Não é coisa aleatória, não é que atingiu sem querer, bombardeou um lugar onde os jornalistas estavam. Não, eles estão mirando mesmo. Não à toa morreram 100 jornalistas da Palestina e do Líbano”, narrou o repórter-fotográfico ao HNT.

No caminho até o destino final, o Vale do Becaa, Ahmad se deu conta da complexidade da situação. Ele e a família precisaram passar por dezenas de checkpoints, locais onde o Exército libanês monitora a passagem de pessoas pelas estradas. Segundo relatos da população libanesa, no céu, drones e caças israelenses também acompanham quem se desloca sobretudo para a região mais ao Sul do país.

“Nos alertaram que a imprensa é o primeiro alvo que eles estão atingindo exatamente para evitar que a informação chegue ao ocidente. Onde tem jornalista, eles bombardeiam. Intencionalmente. Isso ficou muito claro para gente no relato de todo mundo. Inclusive, falaram que o colete escrito “press” é as vezes pior porque já identifica que é um jornalista e facilita o ataque. Eu não estou falando da zona de guerra propriamente dita, em Gaza. Mas tem locais aqui dentro do Líbano que não podem ser visitados porque é passível de ataques, assassinato. Então estamos tomando esse cuidado”, contou Ahmad.

O plano, segundo ele, é mapear os lugares onde é possível se locomover com segurança e, depois, entrar nos campos de refugiados para escutar as histórias de quem vive diariamente a crise humanitária que assola o país. Numa temperatura de 6° C e às vésperas do início do inverno, milhares de sírios e palestinos se abrigam no Líbano sem condições mínimas de dignidade, embaixo de lonas, sofrendo com a falta de comida e saneamento.

“O Líbano tem sofrido muito isso. O Líbano está sofrendo bombardeios no Sul. Inclusive con armas proibidas por resoluções de guerra. Israel está lançando, por exemplo, fósforo branco e isso está documentado. O Líbano também tem sofrido muito porque desde muito tempo é um destino tanto de refugiados sírios, quanto de refugiados palestinos e a estrutura num campo de refugiados é absolutamente precária. É muito pior que as favelas brasileiras e é, muito provavelmente, o destino daqueles palestinos que conseguirem fugir e sobreviver. A vida em campos de refugiados é uma vida desumana. Uma vida que não tem segurança, não tem dignidade, não tem nada. É um chão de terra, uma lona e só”, lamentou o repórter-fotográfico.

“Você tem uma crise humanitária oriunda do genocídio porque não existem forças iguais. Você tem o exército mais poderoso do mundo contra uma população 70% civil e mesmo aqueles que sobreviverem vão viver numa condição desumana. É uma situação de calamidade”, completou.

Quase sem acesso à internet, Ahmad Jarrah também transformou o perfil no Instagram em um vetor de informações para além das fotografias. Neste sábado (16) o repórter-fotográfico fez a primeira live relatando o panorama encontrado no Líbano. Assista:

 

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Álbum de fotos

Ahmad Jarrah

Bombardeio no sul do Líbano, cerca de 40 km distante do local onde o fotojornalista cuiabano, Ahmad Jarrah, esta hospedado.

Ahmad Jarrah

Bombardeio no sul do Líbano, cerca de 40 km distante do local onde o fotojornalista cuiabano, Ahmad Jarrah, esta hospedado.

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