Um dos últimos moradores que resistem em deixar sua casa na Ilha da Banana, Benedito Addor denuncia danos causados ao seu imóvel durante o processo de demolição e limpeza da região. Na última semana, sua casa foi parcialmente destelhada quando trabalhadores da Secretaria de Estado e Cidades (Secid) retiravam uma árvore nos fundos do terreno..
Arquivo pessoal
A demolição, conforme a Secid, é necessária para que seja implementado o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e uma praça em frente a Igreja do Rosário e São Benedito.
O morador conta que ele saiu de sua casa no início da tarde e quando retornou encontrou sua casa com toda a lateral destelhada e cacos de telha caídos dentro da residência. “Ainda bem que a televisão fica do outro lado e não foi atingida pelos pedaços de telha”, conta o morador.
Os trabalhadores que atuam na demolição e limpeza do local prometeram consertar o telhado da casa, mas até a tarde desta sexta-feira (7) telhas de zinco furadas tapavam o buraco deixado pela árvore.
Uma vizinha filmou o momento em que a árvore é arrancada pelas máquinas e caí sobre a casa de Benedito.
O morador é um dos últimos proprietários de imóveis na região da Ilha da Banana que resistem em deixar o local. Com 64 anos, o idoso se recusa a aceitar de indenização de R$ 179 mil oferecida pelo Executivo para deixe o local onde passou mais de 50 anos de sua vida.
Ele conta que antes de iniciar toda a obra do VLT, tentou negociar sua casa com o proprietário de um imóvel próximo ao Clube Dom Bosco, mas a troca não se efetivou.
Na última semana o morador também recorreu ao Ministério Público Federal (MPF) questionando o projeto, mas não obteve respostas às suas perguntas. O órgão julgou que atender aos esclarecimentos de Addor seria uma “assessoria jurídica” e recomendou que buscasse um advogado.
Além da queixa pelos danos causados e a falta de esclarecimentos, o morador se diz insatisfeito com a divergência de valores pagos pelos desocupação das casas.
Benedito Addor registrou nos últimos meses três boletins de ocorrência relatando invasão a sua casa de onde foram levados alguns documentos.
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Benedito Addôr 10/07/2017
Fiz quatro perguntas ao MPF: 1) Instrução Normativa do IPHAN funciona ou não funciona? O Artigo 2º dela diz que os imóveis da área frontal à Igreja do Rosário tem PRESERVAÇÃO ASSEGURADA. Em 20/7/2015 o Procurador da República. Marco Antônio Ghannage Barbosa, deu o seguinte despacho sobre isso: Nesse ínterim, é clarividente que os imóveis possuem especial proteção. 2) Declarações do IPHAN tem fé pública, isto é, valem o que está escrito e assinado? Diversos moradores da área possuem Declarações do IPHAN que confirmam que os imóveis tem proteção especial, no caso PRESERVAÇÃO ASSEGURADA. 3) Propaganda Oficial do VLT, que circulou no mundo inteiro, se não foi executado o que está demonstrado nela, é uma Propaganda Enganosa? O que é uma Propaganda Enganosa de um Governo? A quem reclamar isso? Essa Propaganda demonstra que as casas em frente à Igreja do Rosário não atrapalha a rota do VLT. 4) Foi correto o procedimento do IPHAN/MT de ser co-autor de Projeto de Demolição dos imóveis, que sequer estavam considerados ainda de Utilidade Pública para efeito de Desapropriação; e co-autor até do Decreto que tornou os imóveis de Utilidade Pública, pois forneceu os subsídios necessários para isso? Reuniões entre o IPHAN e a Secopa, antes mesmo que os imóveis fossem declarados de Utilidade Pública, instigaram a Secopa a cometer abusos, tais como, começar a fazer pressão psicológica sobre moradores, comerciantes, com a conversa que deveriam sair por causa do VLT. Em outubro/2012, visitaram a Dona MARIA RITA DOS SANTOS RODRIGUES, humilde lavadora de roupas, moradora há 40 anos no local, que, sendo hipertensa, não aguentou essa pressão psicológica e teve, no dia 16/10/2012, alguns dias após a visita, um gravíssimo AVC, ficando paralisada em cima de uma casa, ligada a um Home Care, até março/2015, quando veio a falecer. Visita inadequada e criminosa.
Carlos Nunes 09/07/2017
VLT? Que VLT? Ainda me lembro do Silval aparecendo na TV todo dia, dizendo podem deixar que, com 1 BILHÃO E 400 MILHÕES DE REAIS, termino o VLT antes da Copa começar. Foi a maior pegadinha de Cuiabá nos 300 anos de fundação. E olha que aquela época era das vacas gordas, do regime diferenciado de contratações, de pressão da FIFA...agora é época das vacas magras, do presidente com 10% de aprovação, só ganhou do Sarney que teve 5%. Vivemos numa recessão braba, com 14 milhões de desempregados, e cada ano tem mais um milhão a procura de emprego. Pegadinha de novo? Quem é que vai cair nessa agora? Deviam é ficar envergonhados com a conversa mole pra boi dormir do VLT. Dá medo, dá pavor, deixarem abrir Cuiabá de ponta a ponta (do Porto ao CPA, e do Centro até o Coxipó)...aí, o dinheiro minguar, acabar, e a cidade ficar toda aberta esperando o dinheiro cair do céu. Vote! Hoje um exemplo clássico dessa tragédia é a reforma da Praça Alencastro...uma obra mixuruca dessa, tava programada pra 90 dias, agora não sabem quando termina. No mínimo o dinheiro acabou, tinha uma lista de coisas muito mais importantes, como a Saúde, pra injetar dinheiro. Agora querem fazer o Largo do Rosário...Quantos MILHÕES DE REAIS vai custar isso? Esse pessoal só gosta de falar em Milhões, mas quando vai indenizar alguém é uma porcaria de dinheiro. Afinal de contas o cidadão brasileiro É DESCARTÁVEL...não vale nada...
Benedito Addôr 09/07/2017
Lutar contra um Sistema de Poder é assim mesmo; aqui já aconteceu de tudo. É tudo pressão para a gente sair. Acho que meu celular, notebook, está tudo clonado ou grampeado. Já entreguei a Casa nas mãos de DEUS. DEUS é maior. Já conversei com São Benedito, meu vizinho, e disse: se ninguém passou a mão no dinheiro do VLT, nem vai passar, eu recebo o dinheiro e doo tudo para uma Instituição de Caridade. Mas se alguém passou a mão em 1 centavo, aí vai ter briga. Afinal de contas VLT foi o motivo de tudo isso acontecer. Até agora já tive 3 sonhos (São Benedito me fala através dos sonhos): num deles estavam pedreiros trabalhando atrás das casas, e perguntei: Tenho que sair? Resposta: Não, viemos reformar sua casa. No outro estavam dois árabes com vestes brancas, turbantes, e olhavam para a Mesquita que fica atrás, lá no Morro. Eram figuras de Luz. Não disseram nada, só sorriram. No outro, de novo pedreiros atrás, e perguntei de novo: Tenho que sair? Resposta: Não (de novo). Estou esperando uma resposta de São Benedito; é ele quem manda no pedaço. Em 51 anos que moro na Casa, São Benedito já me disse que "a criança que ele leva junto ao peito é o Cristo que tem que nascer no coração dos homens"; mostrou-me um gigantesco quadro do Sagrado Coração de Jesus no Céu; e de repente estava eu dentro da Igreja que os negros escravos construíam, eu assisti a construção da Igreja. Dizem que os Beneditos se entendem.
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