Setembro é mês de prevenção ao suicídio, segunda maior causa de morte entre adolescentes e jovens brasileiros de 15 a 29 anos, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Incidência ampliar olhar de profissionais da psicologia. Durante todo mês, a campanha 'Setembro Amarelo’ promove diversas ações que trabalham com o tema ‘suicídio’ como forma de prevenção e alerta.
O suicídio continua sendo uma das principais causas de morte no mundo, segundo a OMS, sendo responsável por uma em cada 100 ocorrências. A cada ano, mais pessoas morrem por suicídio do que por HIV, malária ou câncer de mama, ou devido à guerra e homicídios.
O suicídio também é a quarta causa de morte no mundo entre jovens de 15 a 29 anos, depois de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal.
O Setembro Amarelo 2022 traz como lema “A vida é a melhor escolha! ”. O dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano.
“A campanha dura o mês todo, mas é um assunto importante que tem que ser trabalhado durante todo o ano. Mas a campanha tem um intuito de mostrar que você não está sozinho, que você tem esperança, tem valor e você pode pedir ajuda. Tem muita gente que acha que isso é coisa de louco, de quem não tem o que fazer, mas, na verdade, são fatos que estão acontecendo e é necessário falar sobre isso. Em todas as áreas, porque pode acontecer em qualquer lugar”, comenta a psicológica e terapeuta cognitiva comportamental, Giovana Prates.
Mesmos diante dos índices com alta de mortes por suicídio entre jovens e adolescentes, a psicóloga ressalta que os casos de depressão com sequência de suicídio não escolhem faixa etária de idade.
“Infelizmente, a depressão não escolhe uma faixa etária, ela atinge qualquer idade. E nos casos dos adolescentes, o que nós profissionais percebemos é que eles não sabem lidar com suas emoções. É uma fase em que eles ficam com as emoções mais afloradas, então, ele sente tudo muito intenso. Tudo isso faz com que a pessoa possa ser vítima da depressão, da ansiedade, que leva a uma desesperança de vida e é isso que leva a um suicídio lá na frente”, comenta.
Segundo ela, os adolescente e jovens que mais cometem não sabem lidar com o 'não' como resposta, por ser uma geração que está criada em uma educação positiva, ou seja, não tem limites. Além disso, a superproteção dos país impede que os filhos sejam preparados para as situações futuras. Por exemplo, quando chega a fase de entrar para mercado de trabalho, ensino médio ou faculdade, começam a ter frustrações e não conseguem lidar com aquele meio em que estão. Isso pode gerar uma barreira que leve uma depressão e, consequentemente, a um suicídio.
“Quando não conseguimos ensinar aos nossos jovens a lidar com algumas situações de fracasso e frustração, quando ele passar por isso, pode levar eles a um pensamento inicial de desesperança, que pode levar a um suicídio. A superproteção também pode prejudicar nisso. É nesse momento que eles não conseguem lidar com essas emoções e acabam ido para essa escolha, que é uma escolha sem volta e que deixa todo mundo aqui fora muito abalado”, cita.
Giovana alerta para os sinais que a pessoa dá quando começa com quadro depressivo. Por exemplo, não quer mais sair de casa, não querer se envolver mais, está ficando muito quieto, choroso, nada está fazendo sentido para aquela pessoa.
“Observou esses comportamentos na pessoa, chama para conversar, diz que você está ali, que a vida dela é importante, se ela quer ajuda. Procura um profissional. Se você é a pessoa que está com estes sinais, reconheça em si mesmo e procure ajude. É necessário estar com um olhar de que você pode ser ajudado. Toda vida é importante, toda vida tem um propósito”, ressalta a psicóloga.
CVV
Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Ligue 188
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