As feiras agropecuárias que serão realizadas nas próximas semanas em várias cidades de Mato Grosso podem ser prejudicadas pela greve dos servidores do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), representados pelo Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário Pecuário e Florestal (Sintap), e paralisados desde o último dia 31.
Mario Friedlander/Divulgação
Sem o trabalho da classe fica suspensa a emissão das Guia de Trânsito Animal (GTA) documento obrigatório para que animais estejam presentes nas feiras. Os leilões de gado e rodeios são características deste tipo de evento e também estão comprometidos.
“Quem já tiver retirado a GTA não vai ter problema nenhum, porém aqueles que ainda não o fizeram poderão ser multados. Os fiscais do Indea, que estão trabalhando com 30% do efetivo, como prevê a lei, irão fiscalizar rigidamente as feiras”, informou a assessoria de imprensa do Sintap.
Por meio de nota, o presidente da Associação de Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte), Invaldo Weis, demonstrou-se preocupado e fez um apelo para que servidores e governo estabeleçam um acordo e que os trabalhos sejam retomados.
“O Indea é historicamente parceiro da Exponop e seus servidores se empenham pessoalmente nesta causa”, disse Weis, ressaltando que compreende a causa dos servidores. “Somos sensíveis às reivindicações e esperamos que seja estudada uma solução para o impasse, em breve”, declarou.
Nos próximos 30 dias serão realizadas no Estado a 32ª Exponop, no município de Sinop, a 52ª Expoagro, em Cuiabá, a Expoleste, em Barra do Garças, a Expocas, em Castanheira e a Expotapurah, em Tapurah, dentre outras.
GREVE GERAL
Paralisados desde o dia 31, os servidores tiveram seu movimento fortalecido nesta segunda-feira (6), com a adesão de mais duas categorias à paralisação. Funcionários do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) e do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) se juntaram ao movimento. O Sindicato dos Agentes de Tributos Estaduais também anunciou que se não houver acordo, a classe para a partir desta terça (7).
Na última semana o secretário de Gestão, Julio Modesto, apresentou aos sindicalistas a proposta para o pagamento de 6% da RGA em três parcelas de 2%, nos meses de setembro, janeiro e março.
A alternativa não foi aceita pelos servidores, que querem os 11,28% referentes à reposição inflacionária, mesmo que parcelado, até o fim deste ano e de forma retroativa ao mês de maio. Não houve mais negociações entre o Estado e as categorias em greve deste o anúncio dessa proposta.
JUDICIALIZAÇÃO
No final da semana passada o governo do Estado ingressou com uma série de ações judiciais, pedindo a decretação de ilegalidade do movimento grevista, com multa diária de R$ 100 mil aos sindicatos que permanecerem paralisados. Até o momento, uma liminar já foi concedida determinando que os profissionais de carreiras ligadas à Segurança Pública voltem imediatamente ao trabalho.
Frente à decisão de judicialização da greve, o Fórum Sindical decidiu acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso contra o governo do Estado pelo não cumprimento do pagamento da Revisão Anual Geral (RGA) de 11,28%, referente à inflação de 2015. A ação conjunta será assinada pelos 32 sindicatos e associações que integram o Fórum.
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