Fiscalização do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) em unidades de saúde indígena encontrou um cenário insalubre. Em um dos locais, foram encontradas paredes com rachadura, mofo e leitos improvisados dentro de uma garagem. A vistoria foi feita entre os dias 17 e 21 de junho em Água Boa e Barra do Garças (631 e 511 km de Cuiabá, respectivamente).
O local com mais irregularidades foi o Polo Base de Água Boa. A unidade, que chegou a atender mais de 4 mil indígenas em 2022 e é tida como ponto de apoio técnico, administrativo, estava com rachaduras e mofos nas paredes e equipamentos essenciais quebrados, como o bebedor de água.
Outro problema encontrado foi a baixa quantidade de medicamentos em estoque, que é incapaz de assistir as demandas da unidade de saúde.
Lá, a equipe fiscalizadora também constatou a presença de leitos improvisados. Dividindo espaço com um depósito, os pacientes e acompanhantes deitam em colchonetes dentro de uma garagem, sem qualquer tipo de ventilação ou limpeza adequada. À noite, as pessoas que recebem atendimento na unidade ficam sozinhas pela ausência de profissionais de Enfermagem contratados para fazer atendimento durante este período.
Ainda na vistoria, o Coren encontrou o Posto de Saúde Indígena Babaçu, situado na aldeia Babaçu, em Água Boa, de portas fechadas. Segundo a coordenadora do Polo Base de Água Boa, a unidade está fechada há mais de um ano. No entanto, a informação não consta no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNEs) do Ministério da Saúde. Pela plataforma, a unidade consta como ‘em funcionamento’.
Marcos Salesse/Coren-MT

Sala com materiais perfucortante, cujo material fica exposto e pode ser acessado por crianças da aldeia.
No local, há uma sala trancada com arames, onde estão armazenados diversos medicamentos vencidos e objetos perfurocortantes como agulhas, além de seringas.
A situação foi vista com preocupação, já que o material está exposto, sem climatização adequada e ao alcance de diversas crianças que circulam pela aldeia, oferecendo risco para a população do local.
OUTRO LADO
Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde não respondeu à solicitação até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.
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