O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estão preocupados com insistentes queixas de moradores de 17 bairros de Cuiabá que afirmam ter sentido cheiro forte de gás na tarde e noite de quinta-feira (29) na capital. Foram realizadas 48 reclamações de pontos diferentes da cidade referente ao problema.
É a quinta vez que o cheiro de gás é sentido por moradores. Da última vez, a reclamação foi feita em setembro deste ano. Nesta quinta-feira, o cheiro atingiu uma grande extensão que vai do Coxipó, região sul da Capital, passando pela grande Morada da Serra, região Norte, até o Santa Rosa, região Oeste. A única região que não se tem notícia de ter sido atingida pelo cheiro de gás foi a Leste. MT Gas
MT Gas, responsável por adicionar "odor" ao gas que vem da Bolívia, garante para Defesa Civil que não houve vazamentos
A partir da segunda-feira (2), a Defesa Civil vai visitar todas as envasadoras de gás e também as manipuladoras do gasoduto que chega da Bolívia. Será feito uma notificação às operadoras de gás para que elas apresentem um Plano de Atendimento a Emergência (PAE). As empresas são: Liquegás, Super Gas, Copa Gas, Pantanal Energia e MT Gás.
O documento (PAE), conforme explica gerente de Repostas a Acidente com Produtos Perigosos da Defesa Civil, cabo Marcelo Fontes, já existe e é autorizado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema), porém, há uma reiteração para que sejam feitos diagnósticos mais precisos para esclarecer o cheiro que pairou pela cidade na tarde de quinta-feira.
Informações do Corpo de Bombeiro dão conta que as 48 queixas feitas por meio de telefonemas (algumas reiteradas) realizadas para denunciar o cheiro de gás partiram de bairros como Jardim Universitário, Jardim das Américas, Araés, Alvorada, Santa Helena, região da Grande Morada da Serra e Santa Rosa, entre outros.
O tenente coronel Aguinaldo Pereira, do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, disse que logo que foram recebidas as primeiras ligações uma equipe foi aos locais para averiguar a denúncia. “A equipe de plantão não conseguiu identificar nada que fosse semelhante ao cheiro de gás. Neste momento não consigo afirmar o que pode ter ocasionado o problema”, disse.
Enquanto isso o mistério intriga tanto Defesa Civil quanto Corpo de Bombeiros, que ainda não conseguiram dar uma resposta do por quê tantas pessoas sentiram o cheiro em pontos tão diferentes. Edson Rodrigues/Secom-MT
Corpo de Bombeiros vai iniciar na segunda uma vistoria mais rigorosa para tentar identificar problema
O cabo Marcelo Fontes disse que conversou na tarde desta sexta-feira com o engenheiro de Segurança de Trabalho da estatal MT Gás, uma das manipuladoras do gasoduto, e este lhe afirmou que o sistema eletrônico que monitora eventuais vazamentos de gás não identificou nenhum problema nas tubulações.
A MT Gás, empresa que pertence ao Estado, é a responsável por adicionar, logo que o gas chega em Mato Grosso, mais precisamente na região do Coxipó, em Cuiabá, o produto químico chamado Mercaptana. Este produto é um gás que adiciona odor ao gás que vem da Bolívia. A MT Gas é responsável pela distribuição do gás veicular utilizado na Grande Cuiabá, que é transportado pelo Gasoduto Bolívia - Mato Grosso, de responsabilidade da Pantanal Energia.
“A Mercaptana é adicionado ao gás, que chega a Cuiabá pelas tubulações da Bolívia, que é inodoro (ausência de odor), justamente para dar essa segurança de identificar quando há vazamento de gás”, disse o cabo do Corpo de Bombeiros Marcelo Fontes.
A Defesa Civil também tem um detector chamado Multi Gás. “O nosso detector também monitorou o possível vazamento, mas não detectou nada”, disse cabo Marcelo Fontes.
EMPRESAS
A assessoria da Pantanal Energia foi procurada mas não retornou às chamadas.
A MT Gás ofereceu resposta através da Defesa Civil, e disse que até o momento não foi diagnosticado nenhum problema nas tubulações subterrâneas por onde passa o gás.
As envasadoras Liquegás, Super Gás e CopaGás também não identificaram nenhum vazamento em suas empresas.
TIPOS DE GÁS
São operados três tipos de gás em Cuiabá, e todos se concentram na região do Coxipó.
As envasadoras, segundo explicação do tenente coronel Aguinaldo Pereira, operam com o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), mais conhecido como gás de cozinha, que chega às residências de Cuiabá. Esse gás é vendido pela Liquegás, Super Gás e Copa Gás.
Já a MT Gás, responsável por misturar o produto químico Mercaptana ao gás que vem da Bolívia, vende o produto o GNV (Gás Natural Veicular) para os postos, que logo é distribuído para os veículos automotores.
A Pantanal Energia, dona do gasoduto Bolívia - Mato Grosso, utiliza o GN (Gás Natural) para aquecer as turinas que geram energia elétrica.
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