Mais de 90 trabalhadores e gestores culturais participaram, na última quinta e sexta-feira (28 e 29), da etapa mato-grossense de construção do Novo Plano Nacional de Cultura (PNC). O evento, realizado na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), reuniu produtores culturais e profissionais das diversas áreas artísticas, como música, teatro, circo, artes visuais e artesanato. Também estiveram presentes representantes de comunidades indígenas, quilombolas, ciganas e outros territórios tradicionais, além de gestores municipais e estaduais de cultura, e membros do Conselho de Cultura de Mato Grosso.
Desirée Tozi, diretora de Articulação e Governança da Secretaria dos Comitês de Cultura do Ministério da Cultura (MinC), destacou que o Novo PNC tem o objetivo de estabelecer "diretrizes para a gestão das políticas culturais para os próximos dez anos". Durante a abertura, Tozi enfatizou a importância de ouvir as necessidades de cada estado, com um olhar amplo para o Brasil, mas respeitando as especificidades de cada local. A etapa de escuta nas capitais, que terminará em dezembro, visa construir um plano inclusivo e representativo.
Na oficina de Mato Grosso, os participantes foram divididos em quatro grupos de trabalho, que discutiram propostas em oito eixos temáticos: Gestão e Participação Social; Fomento à Cultura; Patrimônio e Memória; Formação; Infraestrutura, Equipamentos e Espaços Culturais; Economia Criativa, Proteção Social, Emprego, Trabalho e Renda; Bem Viver e Justiça Climática; e Cultura Digital e Direitos Digitais.
Jéssica Tiago Lopes Kido Ekureudo, indígena do povo Bororo, foi uma das participantes. Ela discutiu temas ligados ao trabalho, à renda e ao eixo Bem Viver e Justiça Climática, destacando a importância da floresta para a identidade cultural de seu povo e a urgência de ações para combater o desmatamento. “A natureza é nossa mãe, nossa identidade, é dela que tiramos o alimento e a cultura. Precisamos protegê-la”, afirmou.
O Novo PNC estará disponível até o final de dezembro no portal "Brasil Participativo", onde é possível acessar informações detalhadas e contribuir com propostas para cada eixo temático.
Após a coleta de contribuições nas capitais, o plano será finalizado em janeiro e enviado ao Congresso Nacional para apreciação. Tozi reforçou a importância de que a Cultura seja fortalecida nos próximos dez anos por meio de um trabalho conjunto entre esferas federal, estadual, municipal, sociedade civil e iniciativa privada.
A oficina foi promovida pelo Escritório do Ministério da Cultura de Mato Grosso, em parceria com o Comitê de Cultura de Mato Grosso e a Secretaria Estadual de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT), com o apoio da UFMT. Vannessa Jacarandá, coordenadora de Comunicação do Comitê de Cultura, ressaltou que a união entre as esferas de governo foi essencial para a realização do evento. “Mato Grosso tem características únicas que devem ser consideradas no planejamento cultural do Brasil para a próxima década”, afirmou.
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