Ao percorrer ruas e avenidas de Cuiabá, é possível notar a ampliação no número de construções precárias de moradias, os chamados barracos, habitadas por moradores de rua em diversos pontos da cidade. Em Mato Grosso, um total de 2.531 pessoas está nessa condição e a maioria, na Capital, conforme dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
O HiperNotícias esteve em alguns desses locais, observando de perto a realidade vivida por essa parcela da população.
Um dos locais em que a reportagem esteve e presenciou a situação foi na avenida Historiador Rubens de Mendonça, a do CPA, em frente ao hotel D’Luca. O barraco que lá está foi construído com restos de madeira, lona, cobertores e papelão. Comerciantes próximos não quiseram falar sobre a presença dos sem-teto que habitam no local.
Ainda na região central, já próximo à Igreja de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, uma espécie de barraca foi erguida com restos de pano.
A mesma situação foi observada em trecho da avenida Miguel Sutil, na rotatória que dá acesso ao bairro Bosque da Saúde. No local, o barraco foi levantado com restos de lona, madeira, pedras e papelão.
Outro local que concentra vários moradores em situação de rua é na Comandante Costa, próximo a uma unidade do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), no Centro. Nas calçadas proximas à unidade de acolhimento, muitos moradores vivem ali, onde há colchões espalhados e diversos outros artifícios que acabam servindo como 'casa' aos sem-teto (assista vídeo do local no fim do texto).
A situação observada em pontos distintos da Capital retrata a falta de acesso ou de políticas públicas voltadas à população de rua. Governo estadual, prefeitura e organizações não-governamentais alegam assistir os moradores sem-teto basicamente com o fornecimento de alimentos e cobertores.
MORADORES EM SITUAÇÃO DE RUA E DÉFICT HABITACIONAL
Cuiabá concentra a maioria dos moradores em situação de rua de Mato Grosso, com 999 identificados, do total de 2.531 em todo o estado. Em seguida, os municípios com mais pessoas vivendo na rua são Rondonópolis, Sinop, Primavera do Leste, Várzea Grande e Lucas do Rio Verde. Os números são referentes ao ano de 2023.
Quanto à questão habitacional, dados da Fundação João Pinheiro (FJP) revelam que o déficit de Mato Grosso é de 120.207, que representa 9,9% da população.
Já dados da Associação Comunitária de Habitação do Estado de Mato Grosso (ACDHAM) revelam que o déficit habitacional atinge a metade do número levantado pela FJP, quase 65 mil famílias de baixa renda em 23 dos 142 municípios. Somente em Cuiabá, 22 mil famílias carentes não têm casa própria. Em Várzea Grande, são mais de 7,5 mil.
ASSISTÊNCIA
A Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) informou que de 2019 a maio de 2024, foram entregues mais de 587 mil cobertores às pessoas carentes e em situação de vulnerabilidade social, um investimento de R$ 21.878.403 por meio do programa Ser Família Aconchego. Somente em Cuiabá, foram distribuídos mais de 82 mil cobertores.
Além disso, a Setasc ainda destacou que o Restaurante Prato Popular, em Cuiabá, serve refeições para a população em vulnerabilidade ao valor de R$ 1. O local é administrado pela pasta. Acrescentou ainda que faz a distribuição de marmitas gratuitamente à população em situação de rua de Cuiabá durante a noite.
Já a Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência, divulgou que também distribui cobertores para a população de rua. Além disso, oferece marmitas aos vulneráveis em diversos pontos da cidade.
Além dos entes públicos, ONGs, igrejas e centros espíritas também realizam distribuição de alimentos para a população de Cuiabá.
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