A exoneração de Deusiano foi publicada nesta quarta-feira, 14, após ele ter solicitado tratamento especial para o sobrinho do governador. O secretário defendeu no Supremo Tribunal Federal (STF) a transferência do advogado para uma sala privada no Comando-Geral da Polícia Militar. Carvalho está preso na Casa de Prisão Provisória de Palmas.
O desligamento do secretário de Justiça ocorreu "a pedido", segundo a portaria publicada no Diário Oficial. Procurado, o governo não comentou o motivo da exoneração.
Em ofício ao STF, no mês passado, o então secretário pediu autorização do ministro Cristiano Zanin para transferir o advogado alegando que a presença dele no presídio comum gerava risco de motins, "com possíveis consequências para sua própria segurança e resvalando no desequilíbrio da ordem e integridade dentro do sistema prisional". A iniciativa não surtiu efeitos. O pedido foi rejeitado pelo ministro.
O sobrinho do governador foi preso depois que a Polícia Federal teve acesso a uma conversa em que ele afirma que vazou um inquérito sigiloso ao tio. Wanderlei Barbosa nega ter recebido informações privilegiadas.
Em diálogo com o desembargador Helvécio de Brito Maia Oliveira, do Tribunal de Justiça do Tocantins, em junho de 2024, o advogado afirma que teve acesso ao inquérito nº 1650, autuado no Superior Tribunal de Justiça um ano antes, por meio de "pessoas que têm ligações fortíssimas no STJ".
A investigação, segundo Thiago, teria relação com contratos para a compra de cestas básicas e envolveria o acordo de colaboração premiada de um dos fornecedores do governo do Tocantins. Thiago afirma que foi a Brasília para conseguir uma cópia da investigação e que compartilhou o material com o governador para "ajudar" e "tomar alguma providência se for necessária".
"Eu estive em Brasília, eu fui exclusivamente pra ver esse inquérito. No que eu vi esse inquérito, consegui o acesso a ele, voltei, mostrei pra tio Wanderlei. Falei: 'Tio Wanderlei, deixa eu te explicar um negócio, quando a gente fala as coisas para o senhor, quando a gente tá mostrando as coisas pra o senhor, a gente tem é o interesse de ajudar, não é de passar nenhum medo, é pra tomar alguma providência se for necessária'."
O advogado afirma ainda que Wanderlei Barbosa passou a "cuidar" do assunto. "Moral da história, ele agora está passando a cuidar disso, agora está assim. De vez em quando até manda umas mensagens, ele está vindo de Portugal, disse que quer conversar comigo. Eu acredito que seja sobre isso, ele quer que eu pegue mais algumas informações."
O governador alega que sua defesa teve acesso regular ao inquérito mencionado nas mensagens. Quando o sobrinho foi preso, ele afirmou que "eventuais desdobramentos são de exclusiva responsabilidade dos investigados, não cabendo qualquer tentativa de vinculação ao governador por atos individuais de terceiros".
(Com Agência Estado)
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