O Estadão apurou que o principal alvo é o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE). A Polícia Federal fez buscas no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados, na residência oficial em Brasília e na sua casa no Ceará. Em outras ocasiões, o deputado negou irregularidades na indicação de verbas a municípios cearenses. Ele ainda não se manifestou sobre a operação de hoje.
O deputado foi filiado ao PSB após ser expulso do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O senador Cid Gomes lançou, em fevereiro, o deputado Júnior Mano como candidato ao Senado em 2026.
A operação desta terça-feira foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O STF é a instância competente para investigar deputados federais.
A corporação cumpre, ao todo, 15 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Eles estão sendo cumpridos em Brasília e em cinco municípios cearenses: Fortaleza, Nova Russas, Canindé e Baixio.
A investigação contou com apoio técnico da Controladoria-Geral da União (CGU).
De acordo com a investigação, os contratos desviados serviram para gerar recursos de caixa dois que financiaram campanhas eleitorais do grupo político em 2024. Por isso, a investigação apura suspeitas dos crimes de captação ilícita de votos e falsidade ideológica eleitoral.
Foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas, com o objetivo de interromper a movimentação de valores de origem ilícita e preservar ativos para eventual reparação aos cofres públicas.
A investigação teve início na Superintendência da Polícia Federal no Ceará a partir de denúncia da ex-prefeita de Canindé, Rozário Ximenes (Republicanos). Ela afirma que o esquema de desvio de emendas teria se alastrado por pelo menos 51 municípios cearenses.
Carlos Alberto Queiroz Pereira, o Bebeto do Choró (PSB), atualmente foragido, foi apontado como operador dos desvios. Ele ficaria encarregado de abordar gestores públicos e oferecer emendas de Júnior Mano em troca de uma comissão.
Os autos foram enviados ao Supremo após indícios de participação do deputado. As suspeitas levaram a PF a pedir a transferência do caso. No documento, os investigadores apontaram "envolvimento direto" do parlamentar nos desvios para "alimentar o esquema (de compra de votos) e consolidar sua base de apoio político".
(Com Agência Estado)
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