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Defensor da legalização do uso de drogas como meio de acabar com o tráfico, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considerou "positiva" a ocupação das favelas da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu pelas forças de segurança do Rio de Janeiro, no domingo (13), bem como as 18 UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) já existentes na cidade. Para FHC, o modelo adotado no Rio mostrou-se benéfico por não ter instaurado uma "guerra"
O modelo, avaliou FHC ao Estado, permite a retomada do controle do território pelo Estado sem a necessidade de disparo de armas. Mas não reduz o consumo de drogas nem acaba com o tráfico. A análise foi feita após a conferência "Acabando com a Guerra Mundial contra as Drogas", organizada pelo Instituto Cato em Washington.
- O que está acontecendo no Rio é um passo adiante porque libera a população da pressão dos traficantes, diminui a violência, tira a arma do alcance [de criminosos]. Mas, provavelmente, [essa iniciativa] não está acabando com o consumo de drogas nem com o próprio tráfico. Não resolve, portanto, todas as questões.
Para FHC, o modelo adotado no Rio mostrou-se benéfico por não ter instaurado uma "guerra". A operação de domingo completou a pacificação das favelas da zona sul e fechou um cinturão de segurança para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Durou duas horas, e nenhum tiro foi disparado.
- Parece que estão fazendo de maneira certa. Não estão matando gente. Não estão fazendo guerra, como no México.
Na avaliação de FHC, além do aumento exacerbado do consumo de drogas, dois dados devem ser considerados no Brasil. Primeiro, a impossibilidade de total controle da fronteira com os países fornecedores - Colômbia, Peru e Bolívia. Segundo, a expulsão dos traficantes das metrópoles para as cidades vizinhas.
Para qualquer dessas questões, FHC aponta uma única solução: a legalização do uso de drogas, com forte apoio do Estado para a recuperação de viciados.
- Se o consumo não reduzir, todas as medidas serão inúteis para acabar com o tráfico.
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