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Brasil Sábado, 13 de Abril de 2013, 12:00 - A | A

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Sábado, 13 de Abril de 2013, 12h:00 - A | A

REELEIÇÃO

Novo presidente do PP defende apoiar reeleição de Dilma

O PP apoiando o PT e Dilma em 2014 seria o fechamento completo do ciclo da redemocratização, com a união formal das duas forças mais antagônicas da fase final da ditadura militar.

PORTAL UOL

Cortejado por todos os principais partidos que tentam chegar ao Palácio do Planalto, o novo presidente do PP (Partido Progressista), o senador pelo Piauí Ciro Nogueira, declara-se pessoalmente favorável a uma aliança formal entre o seu partido e o PT para sustentar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.

Aos 44 anos, mas já com uma longa carreira política (quatro mandatos de deputado federal antes de ir para o Senado), Nogueira faz uma ressalva sobre a necessidade de unificar o partido. Em entrevista ao Poder e Política, programa da Folha e do UOL, ele reconheceu que hoje a situação é desfavorável para que o PP dê o seu tempo de TV e rádio para Dilma usar na campanha pela reeleição.

Só não deixa dúvida sobre sua preferência pessoal: "Eu defendo o apoio à presidente Dilma". É um posicionamento muito diferente da neutralidade mantida pelo ex-presidente do PP, senador Francisco Dornelles, do Rio, quem em 2010 manteve a sigla neutra na disputa presidencial.

Ciro Nogueira não deseja hostilizar a ala anti-PT do seu partido e contrária ao apoio oficial à reeleição de Dilma, mas está empenhado na construção de um consenso que possa resultar na aliança em 2014.

O fato de o PP comandar o Ministério das Cidades não implica em uma aliança automática, pois essa também era a conjuntura em 2010. O que poderá mudar o cenário é um processo de consulta aos diretórios da sigla nos Estados.

Para Ciro Nogueira, a presidente da República e o PT terão de se esforçar para oferecer ao PP algum tipo de acordo que não sufoque o PP nas disputas por vagas no Congresso e em algumas eleições de governadores.

"O PT, historicamente, é um partido que não costuma apoiar candidatos de outros partidos. Nós estamos precisando também de gestos do outro lado", diz o presidente pepista.

O problema para esse acordo de apoio mútuo é que o PP tem como prioridade dois Estados nos quais o PT também deve ter candidato próprio ao governo: Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Nesse caso, seria necessário firmar um pacto de não agressão e garantir que Dilma Rousseff se mantenha equidistante nessas disputas.

O PP é o herdeiro direto da Arena (depois renomeada como PDS), legenda de sustentação da ditadura militar (1964-1985). Embora a sigla já tenha feito acordos regionais com o PT, o acerto nunca foi reproduzido eleitoralmente em nível nacional.

O PP apoiando o PT e Dilma em 2014 seria o fechamento completo do ciclo da redemocratização, com a união formal das duas forças mais antagônicas da fase final da ditadura militar.

Se embarcar no projeto reeleitoral de Dilma, o PP sufocará ainda mais os presidenciáveis que tentarão concorrer contra a atual presidente.

No campo ideológico, o PP deseja ser o "partido conservador" do Brasil. Ciro Nogueira acredita que "há um vácuo" no país que pode ser ocupado pela legenda.

Fala sem ressalvas que defende menos impostos e menos presença do Estado na economia. É a favor de endurecer as penas até para usuários de drogas. Não deseja flexibilizar a lei do aborto. Quer reduzir a maioridade penal. Declara-se contra a Comissão da Verdade.

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Roberto Stuckert Filho/PR

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