Desde janeiro, foram contabilizados 6.743 casos de SRAG no Estado. Entre os principais causadores do quadro estão o vírus sincicial respiratório (VSR), com 1.486 casos, e o influenza (vírus da gripe), com 1.117 casos. Outros 680 registros foram ocasionados por rinovírus e 306, por Sars-CoV-2 (covid-19). Em todo o ano passado, Goiás registrou 7.477 casos de SRAG.
De acordo com a SES, o decreto possibilita a implantação imediata de leitos destinados ao atendimento de pacientes com a síndrome. A medida é necessária porque, com o avanço dos casos, aumentaram também as solicitações de internação hospitalar, "pressionando as taxas de ocupação de leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs)", diz a secretaria, em nota.
Entre janeiro e junho de 2025, Goiás contabilizou 10.676 solicitações de internação. No mesmo período em 2024, foram 8.011, o que representa uma alta de 33,27%. Somente em maio, foram 2.406 solicitações, contra 1.767 no mesmo mês do ano anterior.
Diante do quadro, além do Governo de Goiás, 24 municípios solicitaram ao Ministério da Saúde recursos para conversão de leitos de UTI adulto em unidades especializadas no atendimento de SRAG.
Vacinação
Até o momento, apenas 39% da população prioritária de Goiás tomou a vacina contra gripe. O número é ligeiramente menor do que a média nacional, de 42,10%. Em 2024, a cobertura no Estado ficou em 48,74% para o público-alvo.
A vacinação contra o influenza na região começou em 1º de abril, inicialmente voltada apenas para os grupos prioritários, incluindo crianças menores de 6 anos e idosos. Após 45 dias do início da campanha, a imunização foi ampliada para toda a população a partir dos seis meses de idade.
Para se proteger, quem ainda não tomou a vacina contra gripe neste ano pode procurar o imunizante nas unidades básicas de saúde (UBS) de seu município.
A SES alerta que a baixa vacinação aumenta a chance de grupos de risco desenvolverem as formas graves da doença, o que pode comprometer a capacidade de resposta do sistema de saúde. "A maior parte (dos casos) ocorre em crianças. Já em relação aos óbitos, a maioria é de idosos", destaca a pasta em nota.
Dos 6.743 casos de SRAG registrados no Estado até o momento, 2.654 ocorreram entre menores de 2 anos; 754, em crianças de 2 a 4 anos; 659, em crianças de 5 a 9 anos; e 1.414, em pessoas com mais de 60 anos.
Dos 402 óbitos confirmados, 256 ocorreram em idosos acima de 60 anos; 40, em crianças menores de 2 anos; 35, em pessoas de 50 a 59 anos; e 29, entre pacientes de 40 a 49 anos.
Alta nacional
A medida surge em meio a um cenário de alta de casos em todo o País. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o número de ocorrências do quadro em 2025 é o maior dos últimos dois anos.
Além de Goiás, no mês passado, Pernambuco também declarou emergência devido à alta de SRAG. A medida, com duração inicial de 90 dias, foi motivada pela alta taxa de ocupação dos leitos de UTI.
Em todo o Brasil, já foram notificados mais de 110 mil casos neste ano. Entre os que realizaram testes para identificar a causa do quadro, 45,4% foram infectados por VSR; 26,3%, por influenza A; 8,6%, por Sars-CoV-2; e 1,1%, por influenza B, de acordo com o último boletim InfoGripe, divulgado pela Fiocruz na quinta-feira, 26.
A incidência de SRAG na população de jovens, adultos e idosos é especialmente associada ao vírus influenza A, enquanto entre crianças é vinculada ao VSR. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, 75,4% dos óbitos por SRAG foram ligados ao vírus influenza A; 1,3%, ao influenza B; 13,4%, ao VSR; 8,9%, ao rinovírus e 3,4%, ao Sars-CoV-2.
Apesar da alta, o boletim Fiocruz aponta que a incidência de SRAG associado ao influenza A mostra sinal de queda ou interrupção do crescimento em boa parte da região Centro-Sul, incluindo Goiás, no Norte e em alguns estados do Nordeste.
Já se observam também indícios de estabilização ou início de queda nas hospitalizações por VSR em estados do Sudeste, boa parte do Centro-Oeste e em alguns estados do Norte e Nordeste.
"Ainda assim, é importante ressaltar que a incidência dessas hospitalizações permanece alta na maioria desses estados, o que requer atenção", afirmou a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, ao divulgar o boletim.
(Com Agência Estado)
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