A candidata a vereadora na cidade de Guajará-Mirim, em Rondônia, que fez a campanha eleitoral com o número errado, recebeu três votos. Edilamar Quintão (PTN) fez a campanha eleitoral com o número 19.159, mas ao digitá-lo na urna se surpreendeu porque ele aparecia como inexistente. Foi então que ela descobriu que seu número era, na verdade, 19.789 e ela tinha usado santinhos com os dados errados.
Em entrevista ao EXTRA na tarde desta segunda-feira, Edilamar Quintão, que é professora da rede estadual de Rondônia, atribuiu o erro ao seu partido, o Partido Trabalhista Nacional (PTN):
— O partido pediu mais 3 números além do 19 e eu dei 159 porque é a data do meu aniversário, 15 de setembro. Eles fizeram tudo e enviaram para o TRE. Eu assinei um papel e não li porque acreditei que estava certo. Eu confiei totalmente neles e eles me disseram que iam me dar suporte em tudo. — contou.
Ela também afirmou que o próprio partido fez, numa gráfica, os 5 mil santinhos que ela distribuiu e mostrou na televisão. A professora também alega ter ficado sem apoio do partido para circular por todas as áreas da cidade. Apesar disso, ela ainda não sabe se irá se desfiliar do PTN.
— Eles não me ligaram e nem se pronunciaram. Estou arrasada, mas ainda não sei responder o que vou fazer — desabafou.
Sobre as críticas que têm recebido nas ruas e na internet, Edilamar diz que são injustas e que, no domingo, ficou espantada com a repercussão do caso.
— Fiquei assustada. Não atribuo isso a falta de capacidade. Estudei muito para chegar onde cheguei e criar minhas quatro filhas. Fiz faculdade federal (Unir), tenho pós-graduação, e as pessoas estão falando que sou burra — rebate, acrescentando que não achou que a notícia fosse sair da cidade:
— Minhas netas falaram que eu estou famosa. E a mais velha está toda feliz, mas não é essa fama que eu quero. Recebi muitas críticas, mas apoio também — disse.
A candidata recebeu o voto dela mesma e de outras duas pessoas, deixando-a longe de ser eleita. O vereador mais votado do município teve 951 votos, enquanto o menos votado, mas, ainda assim, eleito, foi escolhido por 361 eleitores.
O secretário-geral do PTN em Guajará-Mirim, Antonio Eleodório, rebateu as críitcas e disse que houve erro.
— Não houver erro no partido porque todas as certidões estão certas. Fizemos o material, mas a arte com a foto e o número era dos candidatos. Pedi para ela trazer santinhos para vermos quem foi a gráfica que fez e se houve erro vamos entrar com ação de danos morais. Os outros vereadores fizeram (santinhos) e entraram. Como faz 45 dias de campanha e não olha que o número está errado? — criticou Eleodório.
Erro da candidata
O juiz da 1ª zona eleitoral de Rondônia, Paulo José do Nascimento Fabrício, afirmou ao EXTRA que o erro não foi da Justiça Eleitoral, mas sim da candidata.
— O candidato escolhe o número na convecção partidária e ele apresenta os dados no cartório eleitoral onde preenche e assina os documentos. Ou seja, ela escolheu o número, preencheu e pegou os documentos no cartório eleitoral — afirmou.
O magistrado acredita que a candidata ou o próprio partido dela, o PTN, possam ter errado na hora de confeccionar os santinhos.
— Ela não conferiu (os santinhos) com a documentação. A Justiça eleitoral recebe o pedido do jeito que o candidato quer, ela não cria nomes ou números. Tenho 30 anos de serviço público e nunca vi isso acontecer. Um candidato não fiscalizar o número é uma falha muito grave. Imagina fiscalizar os números da prefeitura? — criticou.
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