A aliança entre Marina Silva surpreendeu tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o senador Aécio Neves. O discurso da ex-ministra no ato de filiação ao PSB em Brasília foi considerado duro e até "rancoroso" por auxiliares da petista. Segundo eles, isso indica que a dupla tentará ocupar o espaço da oposição. Já os tucanos veem, com a parceria, o fortalecimento do projeto de levar a disputa para o 2.º turno.
De Nova York, onde está para reunião com empresários, Aécio disse, por intermédio de uma nota oficial divulgada no meio da tarde, que a decisão tomada por Marina é uma reposta "às ações autoritárias do PT, especialmente aos membros do partido que chegaram a comemorar antecipadamente a exclusão da ex-senadora do quadro eleitoral do próximo ano, com a impossibilidade de criação da Rede". Para o tucano, a filiação de Marina não vai tomar o seu lugar na oposição, como pensa a presidente. "A presença de Marina Silva fortalece o campo político das oposições e contribui para o debate de ideias e propostas, tão necessários para colocar fim a esse ciclo de governo do PT que tanto mal vem fazendo ao País", afirmou o provável candidato à Presidência por meio da nota.
'No vulto'. A notícia da aliança pegou de surpresa a equipe que já trabalha na pré-campanha do senador mineiro. "É muito difícil que, no Brasil, uma operação política dessa magnitude tenha sido conduzida nesse vulto", afirmou o senador tucano Aloysio Nunes (SP), que acompanha Aécio em suas viagens de fim de semana pelo País.
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'Leito próprio'. Embora afirme que PSDB e PSB vão trabalhar juntos no projeto de oposição na campanha, o deputado tucano Marcus Pestana (MG), um dos principais cabos eleitorais de Aécio, destaca que a sua legenda dispõe de um espaço já delineado no eleitorado brasileiro e, por isso, não há temor em relação à união Campos e Marina. "Temos nosso próprio leito. Medimos a estratégia com a nossa régua e o nosso compasso. Temos densidade programática e um grande candidato", ressaltou Pestana.
A última pesquisa Ibope encomendada pelo Estado, divulgada semana passada, mostra a ex-ministra do Meio Ambiente no segundo lugar na preferência do eleitorado brasileiro, com 16% das intenções de voto, atrás apenas de Dilma (38%), do PT. Aécio vinha em terceiro, com 11% das intenções de voto. O governador pernambucano se mantinha em quarto lugar, com 4%.
Para o deputado federal Paulo Teixeira (SP), que integra a direção petista, a aliança entre Marina e Campos dá certeza, a todos, de que o governador de Pernambuco será candidato a presidente da República. "Se alguém tinha alguma dúvida, ela agora acabou", disse ele.
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