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Artigos Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2014, 15:42 - A | A

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Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2014, 15h:42 - A | A

Um movimento sem lideranças

A manifestação pacífica é legítima e deve ser defendida desta tentativa de abrir precedentes para a violência policial gratuita e para outros atos extremos do Estado contra o direito de livre manifestação do cidadão

RONEI DE LIMA






Marcos Lopes/HiperNotícias

A recente morte do cinegrafista da TV Bandeirantes durante protestos no Rio de Janeiro foi o estopim que o país precisava para reacender a discussão que se travou em junho do ano passado sobre a legitimidade das manifestações públicas no Brasil, durante os protestos que pararam o país, demonstrando a indignação a população.


É certo que a população repudia os atos criminosos praticados nestas manifestações (por uma pequena parcela dos presentes), fato que prejudica a imagem do movimento, que é legítimo. Porém, pegando carona na indignação nacional diante do crime, o Senado tenta aprovar, a toque de caixa, a chamada lei “antiterror”, cujo cunho generalista terá como conseqüência a criminalização das manifestações do povo e das entidades organizadas por melhores condições de vida e de trabalho. Algo que tem cunho completamente político, já que, na prática, o “quebra-quebra” nos protestos não poderia ser enquadrado como crime de terrorismo, visto que já ser crime de 'vandalismo'. E afinal, qual será o critério para definir o que é ou não terrorismo, caso seja aprovada a lei?

A manifestação pacífica é legítima e deve ser defendida desta tentativa de abrir precedentes para a violência policial gratuita e para outros atos extremos do Estado contra o direito de livre manifestação do cidadão.

Ao mesmo tempo, o episódio lamentável da morte do cinegrafista (e os desdobramentos que daí advieram) traz de volta a questão que já tinha se apresentado na época em que os protestos começaram: a presença das entidades sindicais e de outras organizações sociais - que foram rechaçadas à época - teria dado rumo diferente ao movimento? Ao se definir como um movimento sem lideranças, não se teria aberto espaço para a proliferação de diferentes correntes e oportunistas, muitos dos quais totalmente avessos aos ideais defendidos, o que culminou em situações como a citada acima?

Está fazendo falta a presença das entidades sindicais e das organizações sociais que, em seu longo histórico, acumularam experiência na organização e formação política das massas para articular demandas junto aos representantes do poder público. As mesmas entidades cujas ações foram e são ignoradas (ou deturpadas) pela grande mídia.

Um movimento sem lideranças é como um corpo sem cabeça. A quantas mortes ainda teremos que assistir?


*RONEI DE LIMA é vice-presidente da Nova Central Sindical - Mato Grosso

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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