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Quase invariavelmente, aos finais de semana, recolho-me em minha pequena Macondo, às margens do Paciência. É essa coisa meio telúrica que a nossa geração preserva e as posteriores à nossa dizem ser, sei lá, entende... zen. O fato é que, por causa dos meus filhos e minha paixão pelo futebol, temos a Sky. Vivemos, assim, um mistura do caju apanhado no pé e o futebol ao vivo; entre a contemplação de um martim-pescador e o Discovery Channel.
E foi num desses programas, visto por acidente, que me deparei com o mundo do futuro. Não aquele futuro das revistinhas do Flash Gordon com espaçonaves cruzando a galáxia, ou armas de desintegração que povoou a nossa infância; mas um futuro muito parecido com o desenho animado dos Jetsons (lembram-se da Rose, a empregada robô da família ou do Astro, cão atrapalhado do garoto Elroy).
Podemos afirmar que The Jetsons são como os Flintstones do futuro comparado ao que se avizinha. Pelo que vi, em breve, teremos a inteligência artificial superando a inteligência natural; aliás, o computador já venceu um campeão mundial de xadrez e faz tempo. Teremos carros que se movem de um lado para o outro sem a intervenção humana. Casas com móveis “inteligentes” capazes de mudarem de forma conforme a necessidade e controladas por uma governanta virtual que nos dirá a hora de dormirmos ou de comermos ou, pior que isso, o que comermos. Exoesqueleto pendurados no armário para usarmos a qualquer momento que queiramos fazer uma força extra. E aquela lente de contato, repleta de chips, que nos deixará permanentemente conectados à banda larga, fazendo com que tenhamos todas as informações em tempo real e sem precisarmos mais do laptop ou do moderníssimo smartphone e, até, poderemos decorar virtualmente um ambiente qualquer. A noção do real e do virtual será extremamente tênue.
Às vezes, penso que é muito bom estar de “meio-dia pra tarde”, não tendo quase nenhuma intimidade com o celular (bom seria desligá-lo para sempre). Ah! Não saber nada daquele controle do som; muito menos ter ideia de como se liga o micro-ondas ou como funciona o tal tablet. Sentir-se impotente diante de uma TV quando é preciso gravar este ou aquele programa. Sinto-me deliciosamente jurássico; se não tanto, um neandertal que fez uma pequena e involuntária viajem no tempo. Não quero conviver com androides pensando estar com gente ou com gente achando estar com androides. Digo isso, porque tomei conhecimento da peça de teatro em que a protagonista um andróide, imaginem Hamlet, de Shakespeare, na voz impessoal e metálica de um robô.
Fiquei pensando que esse mundo de células fotoelétricas, de nanotecnologia, de teletransporte, de fax em 3D, de jogos MMORPG, de cibercultura,de namoro virtual e outras esquisitices mais, eu não quero. Estava pensando o quanto de tempo teria ainda por aqui e com o que mais eu conviveria, já dando razão ao verso do Paulo Diniz: “Ou eu encanto a vida ou desencanto a morte...”. Quando minha filha, Analu disse-me com aquele brilho nos olhos que só os humanos têm: - Pai, vamos pescar Lambari? Aí soube que nem tudo estava perdido...
(*) SÉRGIO CINTRA é professor e presidente estadual do PTdoB, e escreve para HiperNoticias às terças-feiras. E-mail: [email protected]
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Sidney Boaventura 15/05/2012
FOI ESSA TSCNOLOGIA TODA QUE POSSIBILITOU QUE SERGIO CINTRA FOSSE APANHADO DESVIANDO GASOLINA DA SECRETARIA DE CULTURA. SEGUNDO UM FREQUNTADOR DA CHÁCARA DELE NO TIO,PACIENCIA ,ALÉM DE SER UM FRAGLANTE CRIME ABIENTAL, A CHÁCARA VIROU UMA MANSÃO APÓS SUA PASSADA PELA CULTURA. SENHOR SERGIO CINTRA, APROVEITA TODA TECNOLOGIA E VAI FAZER UM CURSO SUPERIOR,PARA NÃO FICAR MENTINDO QUE É PROFESSOR.
1 comentários