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Artigos Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2014, 08:00 - A | A

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Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2014, 08h:00 - A | A

Nafta: uma parceria estratégica

O NAFTA em 2012 foi responsável por 17,6% das importações mundiais, enquanto o Brasil teve participação de apenas 1,3%

JUACY DA SILVA






Hugo Dias/HiperNotícias

O Presidente Obama está viajando nesta quarta feira,19 de fevereiro de 2014, para um encontro com o Presidente do México, Enrique Pena Neto e o Primeiro Ministro do Canadá, Stephen Harper, na cidade de Toluca, para as comemorações dos 20 anos do Tratado de livre comércio da América do Norte, em inglês NAFTA.


Neste encontro serão discutidos vários aspectos do tratado e as ações que podem ser realizadas a partir de agora para fortalecer este bloco econômico e ampliar a participação do mesmo e dos países participantes no comércio internacional e outras áreas da política internacional.

Mesmo em meio à crise que afetou profundamente a economia dos EUA e em menor grau o Canadá e México, o NAFTA tem um peso significativo no contexto econômico, político e estratégico mundial. Com 470 milhões de habitantes, um PIB de 19,2 trilhões de dólares em 2012; com um PIB per capita de 38 mil dólares, índice de desemprego considerado baixo, na ordem de 6,3% e um índice de crescimento do PIB de 2,7% ao ano em 2013 quando considerado como um bloco percebe-se que seu peso econômico e estratégico é fundamental.

O NAFTA em 2012 foi responsável por 17,6% das importações mundiais, enquanto o Brasil teve participação de apenas 1,3%. Nas exportações sua participação foi de 13,2% e o Brasil 1,4%, demonstram também a importância desses três países para o comércio internacional da América do Sul e Caribe.

Os principais temas que serão debatidos neste encontro são os seguintes: a questão das imigrações, principalmente do México em direção aos EUA e em menor escala para o Canadá. Os mexicanos e seus descendentes formam o maior contingente demográfico estrangeiro nos EUA e a participação econômica, política e social dos mesmos tem aumentado de forma significativa nas últimas décadas.A questão dos imigrantes ilegais, principalmente mexicanos ou que entram nos EUA via fronteira com o México é um tema muito importante na atualidade Americana.

Outro tema é a redução de tarifas e aumento da competitividade econômica como forma de ampliar a inserção do bloco no contexto internacional e fazer frente à competição com os produtos oriundos da China e outros países asiáticos.

Todavia, o tema de maior significado é a questão energética.Tanto o México, quanto os EUA e Canadá são grandes produtores e também consumidores de energia. Os EUA importam em torno de 80% da energia que consomem, mas com o desenvolvimento das pesquisas e exploração do xisto e aproveitamento das jazidas de petróleo Alasca e do Golfo do México poderão se tornar exportadores de energia dentro de poucos anos,talvez por volta de 2020. Este fator aliado ao desenvolvimento da indústria de produção de energia, inclusive de fontes alternativas como eólica, solar e de biomassas tanto no México, nos EUA quanto no Canadá representarão uma vantagem comparativa e competitiva muito importante. Esta pode ser a alavanca de um novo ciclo de progresso, crescimento econômico e transformações tecnológicas para evitar a perda da hegemonia norte-americana no mundo.

Dois outros temas também que devem ser discutidos é a formação do Bloco Transatlântico de livre comércio entre o NAFTA e a Zona do Euro, pode representar um re-deslocamento do eixo econômico mundial que nas últimas décadas tem se inclinado para a Ásia, principalmente China e ÍNDIA, para a Europa e EUA novamente. Este bloco representaria 53,5% das importações mundiais e 48,8% das exportações; 792 milhões de habitantes com uma renda per capita de 48 mil dólares, cujo peso econômico é considerável, tendo em vista que a renda per capita da China ainda é de apenas seis mil dólares, da Índia 1,5 mil, do Brasil de 11,400 dólares anuais.

Com esses números na cabeça os Presidentes dos EUA, do México e o Primeiro Ministro do Canadá estarão pavimentando uma grande estratégia, na forma de bloco econômico, para as relações econômicas com o resto do mundo, principalmente com a Ásia, Europa e América do Sul e Caribe.

Diferente da recente reunião da UNASUL, realizada em Cuba, onde a base das decisões foi a ideologia terceiro-mundista, com ênfase em um anti-americanismo ultrapassado, este encontro do NAFTA deve se pautar pela discussão de grandes objetivos estratégicos e os interesses nacionais desses países. Talvez seja isto que esteja faltando ao Brasil, que apesar de ser o maior país da América Latina em termos de população, de recursos naturais, economia e capacidade empresarial, continua a reboque de alinhamentos ideológicos da época da guerra  fria.

*JUACY DA SILVA é professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, Email [email protected] Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

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