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Artigos Sexta-feira, 22 de Julho de 2011, 21:59 - A | A

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Sexta-feira, 22 de Julho de 2011, 21h:59 - A | A

Imagens do Brasil

Com o desenvolvimento das modernas tecnologias e técnicas de comunicação aliadas ao processo de globalização parece que o mundo está cada dia menor. Os acontecimentos e as notícias são difundidos de forma instantânea.

JUACY DA SILVA

Divulgação

Com o desenvolvimento das modernas tecnologias e técnicas de comunicação aliadas ao processo de globalização parece que o mundo está cada dia menor. Os acontecimentos e as notícias são difundidos de forma instantânea. As imagens e as notícias passam a ser o centro da formação da opinião pública local, nacional e internacional. Todos os países procuram “vender” sua imagem além fronteira com duas finalidades básicas: a) atrair pessoas (turistas) e investimentos e, b) projetar poder e ocupar mais espaço no cenário internacional.

A cada dia são mais freqüentes as missões comerciais, culturais, visitas de governantes, grupos religiosos. O turismo, considerada a indústria sem chaminés e ecologicamente correta, é uma meta nacional. No aspecto ambiental diversos países, mesmo com pequenas dimensões territoriais e população exígua, procuram vincular suas imagens a exuberância de seus ecossistemas e, em decorrência, atraírem mais turistas e investimentos, como e o caso da Costa Rica, Colômbia e algumas pequenas ilhas do Pacífico.

Tendo como referencial as imagens que cada país projeta no exterior, podemos refletir como o Brasil é visto além fronteiras e como isto está relacionado com políticas públicas que, direta ou indiretamente, contribuem para a formação ou deformação de nossa imagem enquanto uma sociedade e economia emergentes no cenário internacional.

No aspecto ambiental, pela extensão territorial, diversidade de ecossistemas, riqueza de flora e fauna, nossa imagem pode ser considerada positiva, principalmente do ponto de vista contemplativo. Milhões de turistas correm o mundo para ouvirem cantos de pássaros ou observarem animais, muitos dos quais em processo de extinção; outros apenas para capturarem através de suas máquinas fotográficas paisagens exuberantes.

Todavia, ao mesmo tempo o desmatamento, a degradação ambiental, a falta de saneamento, esgotos correndo a céu aberto, crianças e adultos misturando-se com urubus, ratos e outros animais em busca de alimentação em grandes lixões que tanto denigrem a nossa vida urbana também projetam uma imagem da miséria e abandono em que vivem milhões de famílias em nosso país.

No aspecto social a nossa imagem está associada a milhões de analfabetos, escolas de baixa qualidade, mão-de-obra que não acompanha o desenvolvimento tecnológico e impossibilita nossas empresas competirem em igualdade de condições no mercado internacional. Há mais de quatro décadas nossa participação do mercado internacional continua praticamente a mesma, pouco mais de 1,5%, apesar do ufanismo dos governantes de plantão que continuam enganando o povo com seus discursos demagógicos e uma gigantesca maquina de propaganda e marketing custeada com dinheiro público.

Outro aspecto que contribui para a formação de nossa imagem é a burocracia emperrada, morosa e pouco eficiente, facilitando o surgimento e perpetuação de verdadeiras máfias que “azeitam” a máquina pública através da corrupção. Os investidores estrangeiros conhecem bem esta realidade através de estudos e análises de organizações internacionais que tem alertado sobre as dificuldades para quem se dispõe a fazer negócios no Brasil. Estudos recentes do Banco Mundial e BID demonstram que para abrir ou fechar uma empresa no Brasil demanda meses, alem das dificuldades legais/burocráticas. É comum tais investidores serem alertados quanto à questão das propinas como práticas “normais”, principalmente quando se trata de relações contratuais com os poderes públicos.

Uma revista de grande circulação nacional desta semana destaca que os Ministérios exteriores da Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos alertam pessoas que pretendem visitar ou viajar ao Brasil devem tomar precauções em relação à violência como roubos, seqüestros relâmpagos/saidinhas de banco, assaltos, tampas de bueiros que explodem com freqüência, evitar portar objetos de valor, ter sempre pelo menos algum dinheiro para entregar aos ladrões quando for assaltado, evitar reagir aos assaltos, evitar visitar favelas, mesmo as famosas pacificadas e por ai vai.

Além desse rosário de alerta, não podemos deixar de referir as condições de nossos aeroportos, ferrovias, portos, malha viária urbana, trânsito caótico e violento, exploração que quase chega a verdadeiros assaltos por parte de taxistas, serviços em hotéis, bares e restaurantes, falta de informação e mau atendimento por parte das companhias aéreas e administração dos aeroportos.

Enfim, estamos nos preparando para três grandes eventos, a Conferência Mundial do Meio Ambiente (Rio +20) a realizar-se em 2012, a COPA de 2014 que será de âmbito nacional e as olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Milhões de turistas nacionais e estrangeiros deverão estar circulando pelo nosso país e nossas imagens estão correndo o mundo. Precisamos melhorar muito esta imagem, caso contrário a euforia pode se transformar em pesadelo e frustrar e deteriorar ainda mais a imagem do Brasil.

Pouca coisa foi feita para mudar essa imagem. Corrupção e trambiques como os que vêm ocorrendo com freqüência em todos os níveis dos poderes públicos como o escândalo da vez (Ministério dos Transportes/Denit/Valec) e outros mais que surgem sempre, violência generalizada, caos urbano, miséria e marginalização são realidades que afetam nossa imagem e não são apagadas apenas por discursos demagógicos, mas sim por políticas públicas efetivas, eficientes e continuadas.

(*) JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, Ex-Diretor da ADUFMAT, Ex-Ouvidor Geral de Cuiaba, mestre em sociologia, colaborador de HiperNoticias. E-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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