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Artigos Sábado, 03 de Janeiro de 2015, 09:04 - A | A

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Sábado, 03 de Janeiro de 2015, 09h:04 - A | A

Esse Pedro é só rompante?

Reafirmando seu discurso em defesa da moralidade e contra a corrupção, jurou levar adiante esse compromisso, prometeu buscar “ser o governo mais transparente da história de Mato Grosso”

MIRANDA MUNIZ

RDNews

Impossibilitado de ir à posse da presidenta Dilma, tive que me contentar com a posse do novo governador Pedro Taques. Mesmo tendo apoiado outro candidato, o Lúdio, entendo que prestigiar um ato de posse daquele que vai governar o Estado pelos próximos 4 anos é um ato importante de exercício da cidadania.


Confesso que me surpreendi com alguns simbolismos que pude perceber durante a solenidade, a começar pela “composição do dispositivo” ou seja da “mesa”. Após ter chamado as autoridades de praxe, houve o chamamento de representantes de praticamente todos os órgãos de controle (Ministério Público, CGU, TCE, etc.), talvez para marcar o “simbolismo da austeridade”.


A seguir, para minha surpresa, foi chamado o Cacique Raoni Metuktire que, vestido a caráter, inclusive com seu tradicional e virtuoso botoque nos lábios, parecia uma figura surreal, transitando pelo “corredor polonês” sobre os olhares atentos da “Cuiabania” e do “povo do sul”, ligados ao chamado agronegócio, que compareceu em número considerável no evento, afinal, o novo vice representa esse importante setor da economia do Estado.


Antes do Governador fazer seu pronunciamento, falaram um padre, um pastor e o novo Secretário de Governo, seu primo Paulo Taques, que fazia um esforço hercúleo para aparecer (a começar pela manjada piadinha do “discurso das 18 laudas”), até parecia querer “roubar o brilho” do Governador, estrela principal do evento.


A seguir, para minha surpresa, novamente o cacique Raoni foi chamado, dessa vez para usar da palavra, o que fez em sua própria língua, com autoridade e em alto e bom tom, com um intérprete a tiracolo que até parecia “amainar” as duras palavras do cacique, expressa pela eloqüência e pelos gestos vigorosos que fazia.


Se apenas a figura do Índio no ambiente solene já havia provocado certo constrangimento em algumas das figuras que prestigiaram a posse, o seu “discurso-protesto”, feito ao lado do Governador, que saiu do seu assento e foi ao seu encontro, numa clara “quebra de protocolo” e aparentando deferência, foi como um “soco no estômago” de alguns setores (muitos deles representados na tribuna de honra) que costumam alardear que índio já tem terra demais e que lutam freneticamente para transferir a responsabilidade da demarcação que é conduzida pela FUNAI para o Congresso, através da famigerada PEC 215.


Quando Raoni falou em “proteção ao meio ambiente”, “defesa do ar puro” e pediu para o Governador se empenhar para barrar a PEC 215 que, segundo ele, se aprovada, prejudicaria os índios e os não índios, aí teve “ilustres figuras” que fizeram cara de mau, quase se retirando do evento e, a partir dali, notava-se perfeitamente uma “movimentação de bastidores” para encerrar a fala de Raoni.


Mas uma coisa é certa: o Grande Cacique Raoni Metuktire “roubou a cena”!


Já o discurso do Novo Governador foi incisivo e emblemático. Iniciou demonstrando devoção sem limites pelas coisas de Mato Grosso, talvez dando um recado a alguns “paus rodados aventureiros” que concebem o Estado apenas como um local onde possam auferir lucro fácil e rápido, através da exploração predatória e sem limites. Chegou a comparar seu amor pelo Estado ao amor pela sua família, declarando que para defendê-lo empenharia a própria vida “se assim for preciso”.


Essa sua devoção pode ser percebido em diversos momentos do seu discurso e também no tom das apresentações culturais que privilegiaram a execução do belo hino do Estado, e canções ícones do tradicional rasqueado cuiabano, que fora interpretadas pela Orquestra de Mato Grosso, e pelo trio Henrique, Pescuma e Claudinho, além de belas canções da Banda matogrossense Vanguart e interpretações marcantes da ascendente cantora Ana Rafaela.


O “sertanejo” e o “vanerão” não tiveram vez na posse de Taques!


Reafirmando seu discurso em defesa da moralidade e contra a corrupção, jurou levar adiante esse compromisso, prometeu buscar “ser o governo mais transparente da história de Mato Grosso” e conclamou a população para fiscalizar cada ato das autoridades, inclusive ele, e denunciar qualquer irregularidade, além de dar um recado de que irá tentar resgatar tudo o que foi tirado indevidamente do Estado pelas administrações anteriores, o que novamente fez muita gente da mesa sentir calafrios.


Passagem marcante foi o compromisso solene que ele fez em defesa da luta contra o preconceito e a discriminação das mulheres, afirmando que “em meu governo, em nosso governo, não permitiremos o sexismo, a desequiparação baseada no gênero”, ocasião em que anunciou que iria “colocar toda a estrutura do Estado para combater a discriminação e violência contra as mulheres”.


Outro aspecto que me chamou atenção foi o “distanciamento” demonstrado em relação às forças políticas e importantes aliados que foram fundamentais para sua vitória: nenhuma referência aos partidos e aos importantes aliados políticos e financiadores de sua campanha, preferindo inaugurar um estilo “do governo do eu sozinho”, ou melhor, de quem só aparenta ter compromissos com a população que o elegeu.


Assim, o Novo Governador ao “bater continência” para o cacique índio, “esnobar” caciques políticos, “nomear” cada cidadão como fiscais de seu governo e ainda “prometer” combate o preconceito e a discriminação contra as mulheres, demonstrou que tem rompante, restando saber se esse rompante será efetivamente transformado em ações concretas, o que somente o tempo irá dizer.


Entretanto, os simbolismos expressos no ato de posse indicam possibilidades de tempos alvissareiros!


*MIRANDA MUNIZ é agrônomo, bacharel em direito, oficial de justiça-avaliador federal, diretor de comunicação da CTB/MT – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e secretário sindical do PCdoB-MT

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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Paulo 05/01/2015

Pena que no palácio do planalto a cerimônia foi só para manter no poder o mesmo bando de larápios e dilapididadores do patrimônio público como a petrobrás e correios, etc...

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Juca do Pequi 05/01/2015

Quem é esse cidadão que defende e se alinha politicamente aos corruptos mensaleiros e roedores do capital da PETROBRÁS, que acabaram com a saúde, a educação e a segurança pública desse país, para falar algo sobre Pedro Taques? Quando fizeres novo artigo, dê antes uma olhada ao seu redor, senhor!

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Célio dos Santos 05/01/2015

Brilhante artigo, caro Miranda. Não tenho dúvida de que as palavras e atitudes iniciais do novo governador, refletem o que desejam o povo de Mato Grosso. No entanto, para que chegar onde chegou, com certeza houve concessões. Só dando tempo ao tempo saberemos se É SÓ ROMPANTE? espero que não.

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Rebeca Cantarini 04/01/2015

Enquanto isso, no planalto central, os mensaleiros condenados são aplaudidos e acomodados no novo velho governo da presidanta, o mais larápio da história brasileira, fazendo inveja inclusive a governos da época do império!

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cezar augusto 03/01/2015

Opinião de uma pessoa que admira mensaleiros, assaltantes da Petrobrás, malandros e pilantras do PT, não poderíamos esperar outro olhar a respeito do nosso íntegro Governador Pedro Taques, senão esta. É simples, quem gosta de malandros e pilantras, não pode e não deve estar ao lado de pessoas de bem. Simples.

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5 comentários

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