Em outubro de 2014 foi acrescida na Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes de bases da educação nacional, a obrigatoriedade na exibição de filmes de produção nacional nas escolas de educação básica. A nova lei constitui o cinema como componente curricular complementar, integrado à proposta pedagógica da escola.
Essa prática de exibição de filmes nacionais na escola básica não poderia ter chegado em melhor hora para o cinema, pois está aí a grande oportunidade de inserir sua dimensão pedagógica como base estrutural de aprendizagem, pois, além de ampliar a visão de diversidade também instiga a pesquisa escolar com crianças e adolescentes sobre a relação delas com o cinema e a importância do conteúdo histórico dos filmes no processo de escolarização, na qual a relação com o audiovisual chega a vida das crianças com grande capacidade de contextualização e estímulos operantes primordiais no processo de aprendizagem.
Reportar uma criança ou adolescente para o mundo cinematográfico, significa compor leituras avançadas e processamentos didáticos na qual desenvolve no educando uma forma diferente de ver, ler e compreender o cinema dentro do universo de valores culturais de cada um, sem contar a gama ideológica que acaba por direcionar visões diferentes em uma mesma perspectiva de aprendizagem.
O Cinema é esse campo aberto em diferentes formas de linguagens na medida em que a imagem se torna reflexo daquilo que somos ou desejamos ser em um movimento identitário. A leitura de imagens ainda é pouco estimulada na pratica escolar, no entanto, o trabalho com análises reflexivas de filmes ajuda o educando a relacionar com o que traz de expressão concreta no pensamento como ato de refletir. Sobretudo a imagem é uma questão identitária a partir do momento em que as relações audiovisuais funcionam como uma rede de interação social.
O universo da linguagem audiovisual potencializa nossa capacidade de pensar e visualizar a educação como um processo social de grande relevância na formação da autonomia intelectual, na qual o cinema torna-se parte importante nesse processo, quando agrega aprendizagens significantes para a formação do novo cidadão na qual a Lei de diretrizes de Bases da Educação (LDB 9394/96) prevê a autonomia pedagógica como elemento significante nessa construção.
O cinema torna-se ferramenta didática e metodológica a partir do momento que propicia conhecimento, enriquece o capital teórico do educando vindo de encontro com a orientação dos Parâmetros Curriculares Nacional (PCNs) “Se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos com os quais se defrontam, é preciso organizar o trabalho educativo para que experimentem e aprendam isso na escola [...]”. PCN de Língua Portuguesa de 5ª a 8ª Série, (1998, p. 15).
O cinema já traz si o movimento educativo pela imagem que remete uma comunhão de ideias nas quais elege sua expressiva capacidade de comunicação com diversas culturas, gerações e épocas em que a imagem se transforma em uma importante ferramenta de luta, questionamentos, resistência e conhecimento pela dimensão pedagógica de transformar.
É importe ressaltar que o cinema como ferramenta pedagógica exige do professor estudo e elaboração de atividades metodológicas e didáticas intencionais que ajudem o aluno a processar conhecimentos ao mesmo tempo que compreende o entretenimento como objeto de estudo na relação de troca com os colegas e na composição de aprendizagens significativas.
Como já nos ensinou o saudoso cineasta Glauber Rocha “com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” o professor contemporâneo ganha mais uma arma poderosa para arguir aulas interessantes, dinâmicas e assim ganhar o coração da garotada ao reporta-los para leituras de imagens em movimento capaz de serem relacionadas a sua realidade cotidiana e ao mesmo tempo contextualizar outras aprendizagens significantes para formação de cidadãos maduros e comprometidos com a sociedade em que vive, é claro, sem perder a velha tradição da pipoca e do “refri” como dizem a garotada.
Caro professor, “mãos à obra “e bom trabalho a todos!!!
*MORY MARCIA DE OLIVEIRA LOBO é Pedagoga e Especialista em Coordenação Pedagógica pela Universidade Federal de Mato grosso, RP 3167/2006. Mestranda em Educação pelo PPGE/UFMT/2015.Matricula:8201510. E-mail: [email protected]
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