O que aconteceu?
Na entrevista que foi ao ar na segunda-feira, 18, Paola Carosella falou sobre o fato de sua filha de 13 anos estar fora das redes sociais. Contou também que deu a ela um walkman e citou alguns artistas que ela escuta.
Entre eles, estão algumas cantoras LGBT. Blogueirinha comentou este trecho um vídeo em suas redes sociais. Mesmo apagando o vídeo depois, o assunto ganhou repercussão entre internautas, que passaram a discutir as preferências sexuais de uma menina de 13 anos. Blogueirinha disse que foi um mal-entendido e lamentou a repercussão.
Paola Carosella, que respondeu a alguns internautas e apagou o post em que divulgava a entrevista, também se manifestou. Leia abaixo seu pronunciamento na íntegra.
O que Paola Carosella disse
"Há tempos sinto que o grande monstro que nos assombra como sociedade é a luta que travamos entre a nossa vontade de ser e fazer livremente e os limites que devemos respeitar para vivermos em sociedade.
Lutamos pela liberdade de expressão, mas não conseguimos ainda, como sociedade, chegar a um consenso sobre quais são os limites dela.
O humor e a ironia, quando bem usados, são libertadores. Podem traduzir dores profundas em sentimentos mais permeáveis. Sim, o humor é um bálsamo imprescindível para a vida, mas quais são os limites do humor?
Há quem defenda que não tem, que humor é ficção e que na ficção, tudo pode. E outra vez, não chegamos a consenso.
A Internet é um labirinto de espelhos, onde tudo se deturpa, onde não parecem existir regras nem limites. O que aqui acontece é verdade ou é ficção? Pode tudo? Parece que ainda não sabemos.
No episódio de segunda feira no podcast no Dia TV, eu sabia que estava fazendo parte de um programa que tem o deboche como tempero, sabia que íamos ser irônicas. Aliás, a ironia é uma ferramenta que eu conheço bem. Debochei de mim mesma e do universo dos memes e fofocas que me cercam.
O que eu nunca ia imaginar era que uma fala minha sobre os gostos musicais da minha filha (criança) teria os desdobramentos que teve. Não por uma pessoa, mas por milhares de adultos, que nem por um segundo pensaram quais poderiam ser as consequências disso. Pior ainda, muitos nem sabem que isso é crime.
A vida coletiva exige responsabilidade e coerência. Exige respeitar a lei, cuidar dos mais vulneráveis, proteger os princípios básicos de liberdade de todos.
Lá fora, e aqui dentro, as nossas escolhas definem o tipo de sociedade que podemos e queremos ser.
Limite não é censura. Liberdade não é libertinagem.
No mais, sempre vou ter brilho nos olhos e sentir orgulho ao falar da minha filha.
Uma menina inteligente, sensível e doce, e, caso não tenha ficado claro, com um excelente gosto musical.
Um belíssimo final de semana para vocês.
Com amor
P."
(Com Agência Estado)
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