A Policia Federal deflagrou nesta manhã (16) a Operação Nanos, que investiga possíveis crimes de "caixa dois" ocorridos durante a campanha eleitoral de 2010. Sete mandados de busca e apreensão foram realizados hoje pela manhã. O ex-secretário de Estado Cesar Zilio e o empresário Wanderley Torres , da Trimec, foram alvos de busca e apreensão.
As suspeitas é de o empresário teria financiado “extraoficialmente” em meio milhão de reais sete partidos da chamada 'frentinha' (PRB, PTN, PSC, PHS, PTC, PRP e PCdoB) que apoiou a candidatura de Silval Barbosa ao governo. Os partidos não conseguiram eleger nenhum deputado estadual. Juntos, seus candidatos somaram apenas 50.402 votos.
O advogado Huendel Rolim, que atua na defesa de César Zílio, afirmou, por meio de nota, que os fatos investigados pela PF têm ligação com a colaboração premiada assinada com a Justiça Estadual. O jurista também confirmou que Zílio foi alvo de um mandado de busca e apreensão.
Já o advogado Hamilton Ferreira disse que o seu cliente, Wanderlei da Trimec, recebeu a PF por 20 minutos em seu apartamento. "A PF ficou 20 minutos, colheram algumas anotações. Apenas isso. Mas que fique claro que o Wanderlei foi o alvo, não a Trimec", disse.
A Operação Nanos é o desdobramento da Operação Sodoma, já que documentos e depoimentos coletados do ex-secretário Cesar Zilio e do ex-governador Silval Barbosa, foram compartilhados com a Policia Federal.
SODOMA
Na primeira fase da Operação Sodoma oito membros da organização foram indiciados pela Polícia Judiciária Civil e sete deles denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE). Os envolvidos responderão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Entre os indiciados e denunciados estão o ex-governador Silval da Cunha Barbosa e os ex-secretários Pedro Jamil Nadaf e Marcel Souza de Cursi, e seguem presos por ordem da Justiça.
O ex-governador Silval Barbosa foi apontado como chefe do esquema criminoso montado para desviar recursos do erário público, com a finalidade de pagar despesas de campanha política de sua reeleição e angariar recursos decorrentes do pagamento de propina. A execução de tarefas específicas foi determinada a pessoas de sua extrema confiança, com acesso direto ao palácio do Governo, entre elas Marcel Souza de Cursi, inicialmente como secretário adjunto de Receita Pública e posteriormente nomeado como secretário de Fazenda.
As investigações constataram que a antiga Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), concedeu incentivos fiscais, via Prodeic, de forma irregular para empresas.
Já na segunda fase da operação, ocorrida em 11 de março de 2016, a Defaz cumpriu 11 mandados de buscas e apreensão, cinco mandados de prisão preventiva e cinco mandados de condução coercitiva. Membros da organização criminosa foram investigados quanto a utilização de recursos provenientes do pagamento de propina e lavagem de dinheiro.
Tiveram mandados de prisão cumpridos os ex-secretários Pedro Jamil Nadaf (Indústria e Comércio), Marcel Sousa de Cursi (Fazenda), ambos presos na primeira fase; o ex-secretário César Roberto Zílio (Administração); o empresário Willian Paulo Mischur (Consignum – empresa de empréstimo consignado para servidores públicos); e Karla Cecília de Oliveira Cintra, assessora direta de Pedro Nadaf, que na primeira fase da operação Sodoma teve medida cautelar para uso de tornozeleira eletrônica decretada e e depois expedida ordem de prisão.
Por fim, a terceira fase da Sodoma foi deflagrada no dia 22 de março e teve como alvo novamente o ex-governador do Estado, e também o ex-secretário de administração, Pedro Elias Domingos de Mello e o ex-chefe de gabinete do governador Silval Barbosa, Silvio Cezar Correa de Araújo. Um mandado de busca e apreensão domiciliar foi cumprido em desfavor de Pedro Elias.
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