Vereador Tentente Coronel Marcos Paccola (Republicanos) chorou durante apresentação da sustentação de sua defesa, feita por ele mesmo, na manhã desta quarta-feira (5), em sessão extraordinária na Câmara de Cuiabá, em que é apreciado o pedido de sua cassação.
Paccola encara processo por quebra de decoro parlamentar, que tem como base o homicídio do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa. Ele foi morto a tiros pelo parlamentar no dia 1º de julho.
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Apoiadores de Paccola lotaram as galerias da Câmara de Cuiabá portando cartazes que traziam os seguintes dizeres:
"Legítima defesa não é crime";
"Exército dos 300";
"O que mata é a corrupção";
MANIFESTAÇÕES DOS VEREADORES
Usaram a tribuna os vereadores Edna Sampaio (PT); Renato Motta (Podemos); Felipe Correia (Republicanos).
Cada um teve seis minutos para falar.
Autora do pedido, vereadora Edna Sampaio (PT) colocou que não é Paccola que está em julgamento e sim a Casa de Leis, pois a decisão que for tomada ganhará repercussão nacional.
"Se essa Casa não aprovar a cassação, é esta Casa que será julgada. Porque não duvidem que a decisão que tomamos aqui ganha repercussão nacional. Lutero Ponce foi cassado por improbidade administrativa. Ralf Leite por prática sexual com menor de idade, João Emanuel cassado por prática de grilagem de terra e fraudes. Nenhum desses vereadores foram autores de disparos pelas costas, de modo que essa pessoa não teve direito de reagir. Querer argumentar que foi legítima defesa não encontra amparo. Não podemos banalizar a vida. Não se trata da relação pessoal com Paccola ou fazer juizo de valor, o que estamos discutindo se está Casa tolera como quebra decoro um assassinato. Eu peço a vocês que votem pela cassação, pela família e pelo povo", falou Edna, enquanto era vaiada pelos apoiadores de Paccola.
Renato Motta pediu a presença de Deus fazendo declaração mais amena à situação
Felipe Correia afirmou que se coloca impedido de julgar alguém que um dia ele porventura possa substituir, destacando que é suplente. "Contudo, diante desse contexto que considero antiético, eu beneficiado direto pela cassação, vote pela cassação", se abstendo do voto.
A DEFESA
Marcus Paccola fez a própria sustentação de sua defesa.
Paccola começou a sustentação se referindo à família do agente socioeducativo. Com voz embargada, ele destacou "às vezes eu ouvindo minhas palavras não tenham vistos minhas lágrimas", começou.
Chorando, ele destacou que não importa com mandato, mas colocando que o julgamento político será mais difícil que o julgamento do Tribunal do Júri.
"Eu gostaria de dizer aos parlamentares: não quero benevolência, não quero que façam por influência. Quero que façam por convicção. Alguns sabem que jamais queremos fazer mal, principalmente, para um colega de profissão. Esse julgamento para mim é mais difícil que o tribunal do júri. Não faço questão do meu mandato. Não cheguei aqui com apoio de ninguém. Cheguei aqui por missão e propósito", emendou.
Do outro lado da galeria, familiares de Alexandre durante a sessão diversas vezes chamaram Paccola de assassino.
Paccola leu currículo extenso com trajetória na carreira militar e ainda destacou que recebeu diversas medalhas por conta de sua atuação.
"Os senhores estarão analisando honra, integridade e dignidade. Vão analisar se tenho honra, integridade para continuar nesse Parlamento", completou.
Paccola ainda reforçou que agiu em legítima defesa. "Na minha percepção ele iria executa-la (Janaína Sá, namorada de Alexandre).
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