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Deputado federal Júlio Campos (foto) e o irmão Jayme Campos (senador) têm difícil missão de reergeur partido |
A família Campos - uma das oligarquias políticas de Mato Grosso - enfrenta um processo de esfacelamento no Estado e, especial, em Várzea Grande, que era considerado o principal reduto eleitoral. A criação do Partido Social Democrático (PSD) tem sido uma verdadeira “prova de fogo” à família, cujo principais líderes são o senador Jayme Campos e o deputado federal Júlio Campos.
O “império” político da família vem desmoronando ao longo da última década, com sucessivas derrotas eleitorais. Como se não bastasse os prejuízos nas urnas, os irmãos Júlio e Jayme vêm perdendo o que tinham de mais nobre na política: os amigos e parentes - como os principais aliados.
Considerado da “cozinha dos Campos”, como o ex-deputado estadual e médico Joaquim Sucena, após militar por toda a carreira política de mais de 20 anos ao lado dos irmãos Júlio e Jayme, na eleição passada apresentou o principal sintoma de que relação de anos não vinha tão bem, quando decidiu se “rebelar” e apoiar o então candidato à reeleição, o governador Silval Barbosa (PMDB) em detrimento à coligação encabeçada pelo DEM.
Na terça-feira (4), Sucena oficializou o seu ingresso no PSB, a convite do empresário e eventual candidato à prefeitura de Cuiabá, Mauro Mendes. Neste dia, os dois se reuniram no diretório municipal da legenda. Nenhum dos dois confirma a pretensão de disputar qualquer mandato eletivo no próximo pleito.
A saída de Sucena aconteceu no mesmo dia em que dois familiares próximos da família Campos deixaram o DEM rumo ao PSD, como o presidente da Câmara de Várzea Grande, Maninho de Barros, e o vereador Chico Curvo, além de outros dois parlamentares do partido.
Não só os familiares abandonaram o DEM como outros dois vereadores, Isabela Guimarães e Baiano Pereira, ingressaram no novo partido, numa articulação comandada pelo presidente do Legislativo da Cidade Industrial, filho do ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Branco de Barros, da segunda geração dos Campos.
A derrocada do DEM, ex-PFL, em termos de representatividade política, começou ainda na década de 90, quando Júlio Campos tentou sem sucesso retornar o cargo de governo de Mato Grosso em 1998. Dez anos depois, em 2008, sofreu um novo revés quando perdeu a eleição para prefeito em Várzea Grande, cidade que havia administrado na década de 70.
Júlio e Jayme já foram, além de prefeitos de Várzea Grande, governadores do Estado. A família, à época, tinha total domínio da política de Mato Grosso. O ex-governador Dante de Oliveira foi um dos primeiros a ousar e fazer o enfrentamento com os Campos e venceu por duas vezes, sucessivamente, o governo de Mato Grosso.
Em contrapartida, o DEM se mantinha no Estado com o maior número de filiados. Até a semana passada, havia cerca de 60 mil filiados contra 45 mil do PMDB do governador Silval Barbosa. Na próxima semana, após encerrar o período de filiações, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve apresentar o novo quadrono país.
REESTRUTURAÇÃO
Na segunda-feira à noite, o DEM fez um ato de filiação em Cuiabá. O evento, sem a presença do senador Jayme Campos, reuniu dezenas de militantes. O partido tem tentado se reestruturar primeiramente em Cuiabá, onde na última eleição não conseguiu eleger nenhum vereador.
Para se reerguer, principalmente, em Cuiabá, a sigla tenta atrair o ex-prefeito Roberto França e a ex-vice-governadora Iraci França, ambos com liderança política em Cuiabá.
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