A gravidade da denúncia anônima contra o vereador João Emanuel (PSD), junto ao Gaeco foi tão forte e intrigante que o Ministério Público mergulhou numa intensa investigação, não só envolvendo o parlamentar, como também pessoas próximas dele, que seriam parte de um suposto esquema que desencadeou, com o resultado de diligências e demais serviços de inteligência, na Operação Aprendiz.
Os trabalhos preliminares de investigação foram realizados de 14 a 19 de outubro passado pelos promotores de Justiça, Marco Aurélio de Castro, Arnaldo Justino da Silva e Samuel Frungilo, responsáveis pelo Gaeco.
Conforme o conteúdo de um vídeo flagrante, cujos detalhes foram publicados com exclusividade pelo HiperNotícias, o estopim da motivação da denúncia são dois terrenos, localizados no bairro Areão, em Cuiabá, de propriedade (usufruto) da empresária Ruth Hercia Dutra, que mesmo não tendo autorizado a venda desses terrenos se deparou com o suposto novo dono dos imóveis, o agiota Caio Freitas, cobrando o que teria comprado.
Pela denúncia partiu de João Emanuel a negociação com Freitas, numa transação envolvendo falsificação de documentos e assinaturas da empresária, como forma de legitimar a venda.
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No vídeo, como forma de tentar convencer Ruth Dutra a aceitar os R$ 500 mil oferecidos pelos terrenos, o vereador, de fato, cita o nome de Riva mais de uma vez, como forma de manter o acordo financeiro que o vereador teria feito com Caio Freitas e que cujos terrenos serviram de garantia para que o agiota o emprestasse R$ 500 mil.
A denunciante anônima enfatiza que “Ela (Ruth) descobriu que quem fez tudo isso foi o vereador João Emanuel. Ele tá envolvido em várias coisas ilegais de imóveis em Cuiabá e deu esse imóvel como garantia de um valor que ele recebeu de uma empresa que a Câmara vai contratar”.
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RENÚNCIA DE JOÃO EMANUEL
O efeito da gravação já causou prejuízos ao vereador, obrigando-o a se destituir do cargo de presidente da Câmara (renúncia), além de motivar um possível processo da cassação de seu mandato parlamentar.Isso sem falar na frustração que causou ao sogro, padrinho e espelho político dele, José Riva, que se disse decepcionado com o genro, ao ponto de o aconselhar a renunciar à presidência do legislativo e ‘recomeçar sua carreira de homem público”.
A denunciante ainda envolve em seu apelo ao Gaeco, os nomes de Amarildo Souza e Evandro Stábile, esse último, “filho de um desembargador” (Evandro Stábile).
Todos eles, incluindo Ruth, mas excetuando o vereador, já foram ouvidos pelo Gaeco.
A versão vista no vídeo de que João Emanuel teria oferecido os R$ 500 mil pelos dois lotes foi confirmada por Ruth Hercia Dutra em seu depoimento ao Gaeco, no dia 21 de outubro, quando declarou que “na mesma reunião (no dia do flagrante), João Emanuel disse que vendo agora os documentos e ouvindo os esclarecimentos da declarante, percebia que os documentos estavam falsificados e por isso estava disposto a resolver essa situação, dizendo ele que para a depoente também era melhor aceitar um acordo amigável porque uma questão judicial demoraria mais de 10 anos para se resolver”.
O depoimento de Ruth Hercia Dutra, ocorrido em 21 de outubro, também confirmou trecho do conteúdo da denúncia anônima, ao ratificar ao Gaeco que “além de comprovar a fraude na documentação, a gravação demonstra nitidamente o Sr. João Emanuel fazendo promessas de contratos irregulares e direcionados de contratação dos serviços gráficos (...)”
ADVOGADO DE VEREADOR
A reportagem do HiperNotícias ouviu Eduardo Mahon, advogado de João Emanuel, que contestou irregularidade na venda dos imóveis e que em breve vai comprovar “e esse papo de escritura falsa vai desaparecer”.
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Sobre a alegação de direcionamento na contratação de serviços gráficos (Ruth seria dona da Gráfica Neox Visual), Mahon respondeu novamente indagando “se eu chegar a um jornalista e articular um fornecimento, com um jornalista, por exemplo, que preste serviços gráficos e dizer que vamos trabalhar juntos, essa tratativa é crime?”.
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Dornele$ 04/12/2013
É cobra comendo cobras. mpt.gov.br/portaltransparencia/downloadtac.php?IDDOCUMENTO=472598
roger 04/12/2013
como é o peso das coisas né não! O Ralf Leite por um lapso pessoal foi cassado por um envolvimento com um transexual que no máximo lhe custaria alguns $Reais, na outra balança João Emanuel que com suas ações dificultou que milhões de $Reais chegassem a população que em 89% são carentes. Bela brincadeira esse nosso MPE, MPF, STF, STJ, OAB, tudo coleguinha de 6ª série revidando soco, bem crianças!
Júlio Santos 04/12/2013
É Dr. Mahon! Percebe-se que é uma pessoa inteligente, bem articulado, bem apadrinhado (tem boas amizades no mundo jurídico), mas as coisas tá mudando... põe no prego porque essa o Dr. perdeu! Se continuar com essa arrogância toda vai sair desmoralizado, a ficha corrida de seu cliente é grande, muito grande.
3 comentários