A Assembleia Legislativa intermediou, nesta quarta-feira (16), uma reunião que tratou sobre a instalação de um novo campus da Universidade de Mato Grosso (Unemat) em Rondonópolis. O encontro reuniu representantes da instituição e da Secretaria Estadual Ciência, Tecnologia e Inovação (Secitec). O Poder Executivo do município de Rondonópolis não enviou um representante.
“O objetivo dessa convocação é esclarecer todas as dúvidas e pendências sobre o que está dependendo da Unemat para que o prédio comece a funcionar”, explicou o deputado estadual Thiago Silva (MDB).
“A sua construção é uma iniciativa do município, mas falta oficializar a doação ou cessão para que a instituição se instale e os alunos possam começar a estudar nessa nova estrutura”, complementou.
Com a oferta de cursos superiores desde 2017 no município, as aulas são ministradas nas instalações da Escola Estadual Professora Stela Maris Valeriano da Silva, no bairro Residencial Edelmina Querubim Marchetti, cujas condições são muito questionadas pelos universitários, conforme explicou o aluno do curso de Direito Daniel da Silva Gonçalves.
“A escola onde as aulas acontecem não é apropriada para o ensino superior e funciona junto com as turmas do ensino secundário, que é outra dinâmica. O que não é bom para nenhum dos dois”, lamentou. “Além disso, os alunos do período noturno sofrem com a insegurança, por ser um lugar afastado e de pouco movimento, onde nem carros de aplicativo aceitam solicitações”, falou, com preocupação. “É inadmissível a universidade funcionar de forma tão precária, tendo um prédio construído exclusivamente para abrigar a instituição”, frisou.
Gonçalves questionou ainda a exclusão dos alunos das discussões que envolvem o impasse para ocupação do novo prédio. “É imprescindível que os alunos participem e sejam ouvidos em suas demandas porque, além de tudo isso que envolve as condições de funcionamento, existe o receio quanto ao futuro dos cursos, caso não seja criado o campus”, destacou.
Diante dos questionamentos, o reitor da instituição de ensino superior, Rodrigo Bruno Zanin, afirmou que está aguardando um posicionamento oficial por parte da prefeitura para discutir os critérios que envolvem a incorporação do prédio pela universidade.
“A prefeitura resolveu doar uma área para Unemat e a construção foi em parceria com a iniciativa privada, para efetivação de um campus no município. Mas ainda é preciso sentar e debater tudo o que envolve essa incorporação de uma nova estrutura, o que não foi formalizado”, afirmou. Segundo ele, o processo precisa considerar as viabilidades orçamentárias, tanto para manutenção do prédio e segurança, como as possibilidades de investimento no desenvolvimento pedagógico para estruturação dos cursos existentes e possível ampliação da grade.
Mesmo com a ausência de representante da Prefeitura de Rondonópolis, o deputado Thiago Silva considerou a reunião muito produtiva e anunciou que vai encaminhar uma nova convocação.
“Vamos novamente oficiar o governo do Estado e a Prefeitura de Rondonópolis para marcar outra reunião com a Unemat a fim de resolver de vez essa situação”, adiantou. “O que mais preocupa é a afirmação do reitor de que não existe, por parte do município, nenhum documento que oficialize as condições para que o prédio seja passado à universidade”, afirmou. “Precisamos tramitar isso o quanto antes”, defendeu.
O NOVO PRÉDIO
A construção da estrutura para sediar a Unemat no município foi viabilizada pela parceria da Prefeitura, que fez a doação do terreno, e quatro empresas aderentes ao projeto, por meio de uma cooperação social. O valor estimado da obra é de R $8 milhões. A Prefeitura entrou com a doação do terreno, o cercamento da área, a terraplanagem e a confecção do projeto arquitetônico, que é assinado pela arquiteta Juliana Zancanaro, uma ex-aluna da Unemat. Além dela, também participou da elaboração do projeto o arquiteto Weslley Diego Figueiredo Ramos. As obras foram custeadas pelas empresas MDM, Grupo Rondobens, Grupo Echer e Grupo Euro.
A estrutura está praticamente pronta, restando apenas a finalização da parte hidráulica e elétrica. Ela conta com 36 salas de aulas, duas salas administrativas, refeitório, biblioteca e auditório para 300 pessoas. A sua capacidade será para abrigar mais de 1.800 estudantes (conforme projeto na prefeitura). O prédio fica localizado num terreno de 101 mil metros quadrados, na área do antigo aeroporto, na saída para Cuiabá.
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