A Polícia Federal está cumprindo mandados de busca e apreensão em Mato Grosso durante a Operação Crassa contra exploração ilegal de diamantes na Terra Indígena Cinta Larga e na Reserva Roosevelt em Rondônia, que movimenta cerca de US$ 20 milhões por mês. A operação foi deflagrada nesta quinta-feira (24).
Além de Mato Grosso, estão sendo cumpridos mandados em Rondônia, São Paulo, Roraima, Paraná, Piauí, Minas Gerais e Distrito Federal. De acordo com a PF, os diamantes são retirados ilegalmente e passam por avaliação de intermediário até serem vendidas em joalherias, principalmente em São Paulo e no exterior, em países como França, Itália e Suíça.
O esquema teve início em 2018 e os diamantes da reserva estão entre os considerados como mais valiosos do mundo. Entre os alvos da operação estão lideranças indígenas, garimpeiros, intermediários e empresários.
De acordo com a investigação da PF, esses líderes autorizavam a entrada de garimpeiros na reserva. Depois, um intermediador fazia a ponte com um comprador.
Investigações
Segundo a PF, o trabalho investigativo começou em 2018, com a prisão em flagrante de três pessoas em posse de diamantes. Eles haviam se deslocado de São Paulo a Rondônia para adquiri-las. Na ocasião, admitiram que os diamantes eram da Reserva Roosevelt.
Durante as apuração do esquema foram identificadas as participações de garimpeiros, lideranças indígenas, financiadores do garimpo, avaliadores, comerciantes e intermediadores que estabelecem a conexão entre os fornecedores e o mercado consumidor nacional e internacional.
Entre os crimes investigados estão organização criminosa, usurpação de bens da União e lavagem de dinheiro.
Segundo a Polícia Federal em Rondônia o termo "crassa" faz referência ao estado bruto dos diamantes, tendo sido identificado no início das investigações a sinalização "bruto" ao lado dos contatos relacionados aos garimpeiros e intermediários do comércio ilegal na agenda dos indivíduos presos em flagrante.
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