As investigações conduzidas pela Polícia Civil no bojo da Operação Mão de Ferro identificaram que os adolescentes responsáveis por induzir outros menores à automutilação e suicídio também eram incumbidos de ensinar os outros a ‘como se cortar melhor’.
Em coletiva de imprensa nessa terça-feira (27), o delegado Gustavo Godoy deu mais detalhes da apuração que começou no ano passado.
Conforme a autoridade policial, os adolescentes davam dicas para que os outros se ferissem de forma que deixasse menos marcas ou doesse menos.
Um adolescente, de 15 anos, morador de Rondonópolis (216 km de Cuiabá), foi apontado como o líder da rede criminosa que fazia incentivo a essa prática. Ele foi alvo de mandado de internação. Além disso, uma jovem de Sinop (500 km da Capital), de 16 anos, também participava do grupo, mas era algoz e vítima ao mesmo isso. Isto é, ela ensinava automutilação, mas também era obrigada a se cortar pelo ‘alto escalão’.
Durante o cumprimento de buscas na casa da menor, os policiais observaram que ela apresentava uma série de machucados nos braços e nas pernas. Além da violência física, as vítimas também eram submetidas à violência psicológica. As autoridades encontraram vídeos em que elas aparecem bebendo água do vaso sanitário para agradar os algozes.
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MODUS OPERANDI
Num primeiro momento, o líder da organização ganhava a confiança das vítimas, que passavam a mandar fotos nuas para ele. Depois, ele extorquia as vítimas. Mediante ameaça de enviar as ‘nudes’ para os pais ou escola em que elas estudavam, o adolescente ordenava que as vítimas se automutilassem.
O conteúdo de pornografia infanto-juvenil era vendido pelo Telegram. Estima-se que o menor lucrava cerca de R$ 3 mil por mês com os crimes.
A apuração identificou cerca de 20 membros da organização criminosa, que fez, até o momento, três vítimas. A operação ocorreu de forma simultânea em 12 estados brasileiros, com a participação das Polícias Civis do Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo. Ao todo, foram cumpridos 22 mandados judiciais, incluindo busca e apreensão, prisão temporária e internação socioeducativa.
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