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Polícia Segunda-feira, 25 de Março de 2024, 14:44 - A | A

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Segunda-feira, 25 de Março de 2024, 14h:44 - A | A

CASO LUCAS VELOSO

Capitão bombeiro que ministrava aula deveria estar de licença prêmio, demonstra portaria

Jovem morreu no dia 27 de fevereiro, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, depois de se afogar durante treinamento da corporação

SABRINA VENTRESQUI
Da Redação

O capitão do Corpo de Bombeiros Militar Daniel Alves Moura e Silva, responsável pelo treino de salvamente em que o aluno Lucas Veloso Peres morreu afogado, na Lagoa Trevisan, deveria estar de licença prêmio compulsória no dia em que ministrou o curso. Ao menos é o que aponta a Portaria nº 127/ BM-1/2024. O jovem de 27 anos morreu no dia 27 de fevereiro, durante os procedimentos do curso.

LEIA MAIS: Alunos relatam em depoimento que capitão retirou equipamentos de flutuação de Lucas

Segundo o documento, de circulação interna dos Bombeiros, o benefício começaria a ser usufruído por Moura e Silva apenas em março. No entanto, o capitão pediu a antecipação do benefício, que passaria a ser cumprido no período de 9 de fevereiro a 9 de março.

O pedido recebeu parecer favorável do comandante-geral da corporação, o coronel Alessandro Borges Ferreira, que autorizou a mudança no prazo.

Inicialmente, a causa da morte foi apontada como mal súbito. No entanto, o caso começou a ser investigado pela Corregedoria Geral dos Bombeiros depois que prints de conversas no WhatsApp vieram à tona em que outros alunos do curso sugeriram que a vítima teria recebido alguns “caldos”.

Até o momento, foram ouvidos alunos do curso de formação e o próprio capitão Daniel Alves Moura e Silva.

LEIA MAIS: Capitão bombeiro que ministrava curso em que Lucas Veloso se afogou chega para prestar depoimento; veja vídeo

Em depoimento, os estudantes afirmaram que Moura e Silva retirou os equipamentos de flutuação de Lucas durante o treinamento e o isolou dos parceiros chamados de “cangas”, que prestam apoio aos alunos. Além disso, confirmaram que o rapaz foi vítima de “caldos”, ou seja, mergulhado contra a sua vontade.

HNT ainda informou, em primeira mão, que as análises preliminares apontaram que o aluno Lucas Veloso morreu afogado durante treinamento do Corpo de Bombeiros. Foram diagnosticadas duas lesões, sendo elas cogumelos de espuma e as manchas de paltauf, o que demonstram a causa da morte.

Os achados afastaram, inicialmente, a hipótese de que Veloso tenha sofrido mal súbito, como foi divulgado nas primeiras horas após sua morte.   

Na nota sobre o inquérito, a corporação informou que, junto da Secretaria de Estado de Segurança Pública, prestaria total apoio aos familiares e colegas de curso.

Além disso, uma força-tarefa foi montada para que os pais de Lucas viessem de Goiás no mesmo dia dos fatos e voltassem com o corpo para o estado natal.

OUTRO LADO

Procurado pela reportagem, o Corpo de Bombeiros Militar se limitou a dizer que a investigação está sendo conduzida em sigilo e não respondeu por qual motivo o capitão estava ministrando o curso quando deveria estar de licença.

"O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso informa que a questão é objeto da investigação do Inquérito Policial Militar (IPM), que corre em sigilo", diz o pronunciamento na íntegra.

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