Até então, os detalhes da conversa entre os dois presidentes eram desconhecidas. Após o encontro, os dois afirmaram que os assuntos debatidos abririam caminho para a paz na Ucrânia, mas não forneceram maiores informações.
Segundo a Reuters, as demandas atuais por território de Moscou são menos exigentes que há um ano atrás, quando pretendia anexar as regiões de Donetsk e Luhansk (que formam o Donbass), Kherson e Zaporizhzhia - hoje, Moscou controla a maioria dessas áreas e a totalidade de Luhansk.
Na nova proposta, o presidente russo manteve sua exigência de que a Ucrânia se retire completamente das partes do Donbass que ainda controla, segundo as três fontes. Em troca, porém, Moscou interromperia as linhas de frente em Zaporizhzhia e Kherson, disse a Reuters. A agência acrescentou que pequenas áreas sob controle russo nas regiões de Kharkiv, Sumi e Dnipropetrovsk também poderiam ser negociadas.
Putin também mantém as exigências de que a Ucrânia desista das ambições na Otan e de uma promessa da aliança militar de que não haverá mais expansão para o leste. O líder russo também quer limites ao Exército ucraniano e a garantia de que nenhuma tropa do Ocidente será enviada para o país como uma força de paz.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, também afirmou durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira que Moscou quer ser parte das discussões sobre qualquer garantia de segurança para a Ucrânia. "Discutir seriamente questões de garantia de segurança sem a Federação Russa é uma utopia, um caminho para lugar nenhum", declarou. Kiev rejeita a ideia.
As exigências evidenciam as distâncias entre os planos de Kiev e Moscou para o fim da guerra e mostram o quão difícil é alcançar a paz, mesmo três anos após o início da guerra.
O presidente ucraniano Volodmir Zelenski rejeitou repetidamente a ideia de se retirar de terras ucranianas como parte de um acordo, e disse que a região industrial de Donbass serve como uma fortaleza que impede os avanços russos em direção ao interior do país.
"Se estamos falando em simplesmente nos retirar do leste, não podemos fazer isso", disse ele a repórteres em comentários divulgados por Kiev nesta quinta-feira. "É uma questão de sobrevivência do nosso país, envolvendo as linhas defensivas mais fortes."
A adesão à Otan, por sua vez, é um objetivo estratégico que está na constituição do país e é considerado por Kiev a garantia de segurança mais confiável para o futuro. Zelenski afirmou que não cabe à Rússia decidir sobre a adesão à aliança.
Apesar disso, as fontes ouvidas pela Reuters afirmaram que a cúpula do Alasca criou a melhor chance de paz desde o início da guerra, por causa de debates específicos sobre as exigências da Rússia. Segundo eles, Putin demonstrou disposição em ceder.
"Putin está pronto para a paz - para o compromisso. Essa é a mensagem que foi transmitida a Trump", disse uma das fontes à agência.
A cúpula, no entanto, não esclareceu se os EUA concordariam em reconhecer territórios que Moscou anexou durante a guerra. A ideia não parece incomodar Trump, que já falou em diversas ocasiões sobre trocas de terra para garantir a paz.
(Com Agência Estado)
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