Mais cedo, Harvard entrou com uma ação judicial contra a decisão, argumentando que a medida viola seus direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição e pelo devido processo legal. A universidade também afirmou que a decisão do governo teve um "efeito imediato e devastador" para a instituição e seus alunos.
"Condenamos essa ação ilegal e injustificada", disse o reitor interino da universidade, Alan Garber, em carta enviada à comunidade de Harvard. "Ela coloca em risco o futuro de milhares de estudantes e pesquisadores e serve como um alerta para incontáveis outros estudantes em faculdades e universidades de todo o país que vieram aos EUA para realizarem seus sonhos."
A decisão do governo de revogar a certificação de Harvard para matricular estudantes internacionais deixou o futuro de milhares de alunos sob ameaça. Tanto a rapidez quanto o momento da medida deixaram todos atordoados. Segundo a Casa Branca, os estudantes internacionais que já estão matriculados devem se transferir para outras instituições ou perder seu status legal.
Queda de braço
A crise é mais um capítulo da cruzada cultural de Trump, que se ressente da falta de apoio dentro das universidades de elite do país, um reduto de eleitores democratas. A Casa Branca vem usando o combate ao antissemitismo como pretexto para obter o controle do processo de admissão, de contratação e até o conteúdo e as disciplinas oferecidas aos alunos.
Na quinta-feira, 22, ao comunicar que Harvard estava proibida de aceitar matrículas de estudantes estrangeiros, a secretária de Segurança Interna americana, Kristi Noem, mencionou até "ações coordenadas da universidade com o Partido Comunista da China", sem explicar a que se referia.
A ação movida nesta sexta, 23, foi o segundo processo judicial de Harvard contra a Casa Branca. A universidade já havia processado o governo americano em razão do bloqueio de recursos federais, após exigir que a instituição reformulasse sua governança, entregasse informações sobre estudantes que organizaram protestos pró-Palestina e manifestações consideradas hostis aos valores americanos.
No novo processo, a universidade acusa o governo americano de retaliação pelo exercício dos direitos da Primeira Emenda da Constituição dos EUA - que fala sobre liberdade de expressão. Segundo Harvard, com um simples ato administrativo, a Casa Branca tentou apagar 25% do corpo estudantil, que contribui para a missão da universidade. "Sem eles, Harvard não é Harvard", diz a universidade no documento judicial.
Impacto esportivo
A decisão de proibir alunos estrangeiros em Harvard teria também um profundo impacto no mundo esportivo. Algumas das equipes da universidade seriam praticamente dizimadas pela medida do governo. A instituição tem o maior programa esportivo dos EUA.
As 42 equipes esportivas universitárias de Harvard são as mais numerosas do país. De acordo com o site especializado Sportico, 21% dos jogadores da lista da escola para as temporadas de 2024-25 - ou 196 dos 919 atletas - tinham cidadania estrangeira.
O site observou, no entanto, que alguns poderiam ser americanos naturalizados ou portadores de green card, que não precisariam do visto internacional que o governo Trump ameaça revogar. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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