"Agora, o companheiro Trump parece que gostou do companheiro Lula, teve uma química, e vai começar a conversar, e falar de coisas que realmente importam, que é integração econômica, investimentos mútuos, parcerias", disse o ministro em discurso no Congresso de Direito Tributário do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
Trump revelou o alinhamento para uma reunião entre os dois durante discurso na Assembleia-Geral da ONU, surpreendendo Lula e seus aliados.
"Ele me parece um homem muito bom. Ele gostou de mim, eu gostei dele. E eu só faço negócios com quem eu gosto", disse Trump. "Tivemos uma química excelente. Isso é um bom sinal", emendou o americano.
O Itamaraty trabalha para que uma reunião entre os presidentes ocorra por videochamada ou telefonema nas próximas semanas.
A oportunidade de diálogo entre ambos ocorre em meio à crise diplomática detonada pelas sanções e tarifas aplicadas pelos EUA ao Brasil em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por golpe de Estado.
Decisão que não para em pé
Haddad disse que os Estados Unidos começam a reconhecer que a decisão de sobretaxar o Brasil foi equivocada. O ministro afirmou que, em maio, disse ao secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, que era a primeira vez que via uma região deficitária na relação com os EUA (a América do Sul) ser tributada, em meio às primeiras tarifas anunciadas pelo governo americano, de 10%.
"Dois meses depois, alguém deu a brilhante ideia de ele (Donald Trump) tarifar em mais 40% os produtos brasileiros, e agora eles (os americanos) estão escolhendo os frutos dessa decisão, pagando caro o café, pagando caro a carne, pagando caro os produtos brasileiros", afirmou.
"Começaram a excepcionalizar a decisão que tomaram, porque foi uma decisão não só politicamente errada, mas também economicamente errada. Foi uma decisão que não para em pé", criticou.
Haddad ainda disse que a reforma tributária veio "em boa hora", antes do tarifaço de Trump. "Como que por premonição de que alguma coisa muito ruim podia acontecer, e aconteceu", disse.
Segundo ele, o Brasil está em condições de enfrentar os novos desafios globais e sentar à mesa com qualquer grande player internacional, e citou "excelentes relações" com a Ásia, a proximidade de um "grande acordo" com a União Europeia e o Mercosul e a retomada do diálogo com os países da África.
"Nós estávamos em discussão pra alinhar investimentos estratégicos no campo da transformação ecológica entre o Brasil e os Estados Unidos, isso infelizmente tem que ser resgatado porque foi interrompido, mas quero crer que as iniciativas brasileiras vão aproximar os dois países", finalizou.
(Com Agência Estado)
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