Ele é o primeiro ex-chefe de governo israelense a se manifestar contra a guerra na Faixa de Gaza. Olmert foi primeiro-ministro de Israel entre 2006 e 2009. Ele foi membro do partido Likud, o mesmo de Netanyahu, de 1973 a 2006, e migrou para o Kadima, onde permaneceu até o fim da legenda em 2015.
"O governo de Israel está atualmente travando uma guerra sem propósito, sem metas ou planejamento claro e sem chances de sucesso", disse Olmert. O ex-primeiro-ministro avalia que as vítimas palestinas estavam atingindo "proporções monstruosas" nas últimas semanas.
Segundo o ministério da Saúde de Gaza, que não diferencia civis de combatentes, cerca de 50 mil palestinos já morreram desde o início da guerra na Faixa de Gaza. O conflito foi iniciado no dia 7 de outubro de 2023, após os ataques terroristas do Hamas, que deixaram 1,2 mil mortos em Israel e 250 sequestrados.
Em seu artigo de opinião, Olmert apontou que a guerra se tornou um "conflito político privado". O ex-primeiro-ministro disse que por meses defendeu as atitudes de Israel em Gaza, classificando-as como justas, mas agora não pode mais dizer isso.
"Tinha convicção de que o governo não estava atingindo civis de Gaza indiscriminadamente, mas agora não posso mais dizer isso. O que estamos fazendo em Gaza agora é uma guerra de devastação: matança indiscriminada, ilimitada, cruel e criminosa de civis. É o resultado de uma política governamental - ditada de forma consciente, perversa, maliciosa e irresponsável", avalia o ex-primeiro-ministro.
Olmert é um crítico do governo Netanyahu e suas declarações sobre a guerra foram criticadas por membros do governo israelense.
Plano para a Faixa de Gaza
As críticas de Olmert ocorrem após o gabinete de segurança de Israel aprovar um plano para ocupar 75% da Faixa de Gaza e destruir toda a infraestrutura do território palestino. Os civis de Gaza seriam encurralados em uma "zona humanitária" em Rafah, cidade que fica no sul de Gaza, perto da fronteira com o Egito. Segundo o plano, para os palestinos permanecerem nesta zona voluntária, eles deverão concordar com uma "saída voluntária" do território para outro país.
A iniciativa israelense foi aprovada em conjunto com uma ideia ventilada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de saída dos palestinos de Gaza para a reconstrução do território.
O plano foi rejeitado por países árabes e ocidentais, mas recebido com entusiasmo pelo núcleo duro da coalizão de Netanyahu, que já tinha ventilado a possibilidade de sugerir a saída voluntária de palestinos de Gaza para a construção de novos assentamentos israelenses no local.
A deportação forçada ou transferência de uma população civil é uma violação do direito internacional e um crime de guerra, segundo especialistas.
De acordo com uma reportagem da Associated Press (AP) do dia 14 de março, EUA e Israel contataram autoridades de três governos do leste da África para discutir o uso de seus territórios como possíveis destinos para o "reassentamento de palestinos" retirados da Faixa de Gaza.
Os contatos com Sudão, Somália e a região separatista da Somália conhecida como Somalilândia refletem a determinação dos EUA e Israel de seguir adiante com um plano que foi amplamente condenado e levantou sérias questões legais e morais. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)
(Com Agência Estado)
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