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Justiça Quarta-feira, 24 de Agosto de 2016, 08:31 - A | A

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Quarta-feira, 24 de Agosto de 2016, 08h:31 - A | A

ALERTA NO INTERIOR

Golpistas se passam por representantes do MPF para arrancar dinheiro de prefeituras

JESSICA BACHEGA

Um novo tipo de golpe está sendo aplicado contra prefeituras em Mato Grosso. Bandidos se apresentam como representantes do Ministério Público Federal (MPF) e pedem valores exorbitantes para recargas de celulares sempre com a desculpa para fazer do GPS, aplicativo necessários para localização e possíveis auditorias.

 

Os primeiros registros da atividade ilícita foram registrados no início do mês e pelo menos duas cidades já foram alvos dos golpistas.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

neurilan fraga

 Nuerilan Fraga, prefeito de Nortelândia e presidente da AMM

Essas pessoas entram em contato com algum secretário municipal e comunica que o MPF enviará mandar equipes para auditar obras em andamento na cidade. Eles pedem recarga de celulares e transporte, além de marcar encontro com o representante da prefeitura para visitar as tais obras.

 

Conforme Eloa dos Santos, secretária de Educação da cidade de Terra Nova do Norte (a 642 km de Cuiabá), uma pessoa de nome Pedro Wilson entrou em contato informando que era do MPF e que estava indo até a cidade para vistoriar obras. “Ele era bem articulado no modo de falar, mas também era grosso no tratamento. Dizia que precisava de uma recarga de celular urgente, pois precisava da internet para usar o GPS para chegar à cidade”, contou a secretária.

 

Ela relatou que primeiramente o golpista ligou na Secretaria e passaram o telefone dela. Pressionados para que fosse efetuada a recarga, a servidora afirmou que foi feito uma recarga de R$ 200 no celular indicado, porém minutos depois a pessoa ligou pedindo outra recarga. Momento em que suspeitou e não efetuou mais o repasse ameaçando de chamar a polícia para atender a pessoa.

 

Após a ameaça Pedro Wilson não ligou mais. Nunca houve um encontro entre algum servidor da pasta e o tal representante. Eloa acredita que o golpe poderia se tratar de um sequestro relâmpago, que não se concretizou porque a servidora não foi ao encontrou do suspeito. 

 

Eloá Santos conta que os contatos ocorreram muito rápido, entre 13h e às 14h30, do dia 11 de agosto.  Quando tentaram retornar às ligações no número utilizado pelo suspeito, a ligação era direcionada diretamente para a caixa postal. 

 

Fato semelhante foi registrado na cidade de Nortelândia (a  207 km de Cuiabá), como contou o prefeito Neurilan Fraga, presidente da Associação dos Municípios Mato-Grossenses (AMM). Fraga narra que, esta semana, uma pessoa entrou em contato com o secretário de Fazenda da cidade informando que estava na cidade de Arenápolis (a  199 km de Cuiabá) e que precisava de alguém da confiança do prefeito para ir busca-lo com os outros dois servidores, pois eles iriam fazer uma auditoria nas obras em execução em Nortelândia. 

 

O prefeito suspeitou que se tratava de um golpe e não permitiu que nenhum servidor se dirigisse até o local indicado. “Falei com o prefeito da cidade vizinha e ele me disse que não tinha ninguém do Ministério Público Federal lá. Tenho conhecidos da policia e informei a situação para eles, que foram até o endereço indicado do hotel encontrá-los, mas acredito que eles devem ter visto o carro da polícia e ninguém apareceu”, informou.

 

Com o número de telefone usado no primeiro contato, a polícia conseguiu rastrear o aparelho dos suspeitos no qual encontraram diversas fotos pornográficas.

 

“Depois não houve mais contato. Não registramos queixa porque nada foi concretizado. Fica o alerta porque o MPF não entra em contato assim para informar de vistorias e muito menos pede para busca-los”, disse Fraga, que estava em viagem à Brasília (DF) quando foi procurado para explicar sobre a tentativa de golpe. 

 

A assessoria de imprensa do MPF foi procurada e informou que ainda não recebeu nenhuma denúncia sobre golpes desta natureza e esclarece que o procedimento descrito pelas vítimas dos suspeitos não é adotado pelos representantes no Ministério Público. 

 

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