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Esportes Quinta-feira, 28 de Abril de 2016, 17:54 - A | A

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Quinta-feira, 28 de Abril de 2016, 17h:54 - A | A

"O Futebol americano me ajuda a enfrentar o câncer", diz atleta

Ele participará de Cuiabá Arsenal versus Rondonópolis Hawks, no dia 07 de maio, pelo estadual, no mini estádio Professor Antônio Francisco Pereira Filho (Prosol), em Cuiabá

REDAÇÃO

Um dos jogadores do Cuiabá Arsenal, Henrique Fernando Paim de Almeida,

de apelido Câncer, descobriu ter leucemia linfoide aos 23 anos. No

primeiro momento se retraiu, se escondeu, se calou e aceitou a morte.

Mas, antes do intervalo de jogo, mudou de postura, buscou tratamento e

agora luta pela vida. Hoje, aos 27 anos, no 2º tempo da luta, após 4

anos de quimioterapia e ainda com outros três pela frente, já passou

pelo ápice da doença e promete vencê-la.

 

Junior Martins

Futebol Americano

 

“Minha primeira reação ao descobrir a doença foi de aceitar a

morte. Passei dias e dias recluso sem qualquer esperança de vida. Sem

contato com pessoas. Nem mesmo contei para minha família. Mas, em algum

instante, não sei bem qual, consegui reagir ao tormento da ideia de

morte certa. E, sem saber na época, ali naquele minuto renascia minha

vida. Comecei a viajar, fazer aventuras e praticar futebol americano”,

conta o linebacker do Cuiabá Arsenal.

 

Henrique Fernando, formado em Publicidade e Propaganda na Universidade

Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), no ano de 2010, uma instituição

de ensino superior mantida pelo governo do Paraná, nasceu e foi criado

em Guarapuava (220km de Curitiba). Depois mudou-se para Campo Grande

(MS) em 2011, por conta de um romance com aquela que futuramente seria

esposa, lá namoraram, brigaram, se separaram, a leucemia foi descoberta

e reataram.

 

“Conheci Janaína numa viagem para Campo Grande. Anos depois a

reencontrei pela internet e passamos a conversar. Até decidirmos que eu

mudaria de Guarapuava para lá. Então mudei, ficamos juntos por um

tempo e, por alguma divergência, rompemos o namoro. E quando estava

sozinho descobri o câncer. Fiquei recluso no início, mas depois contei

para minha mãe, que veio visitar e deu de cúpido. Contou para

Janaína, que se aproximou para ajudar e reatamos”, lembra.

 

O tratamento quimioterápico teve início logo após a descoberta, em

2012. Ele foi submetido a quimioterapia, um tipo de tratamento médico

que introduz compostos químicos na circulação sanguínea, chamados

quimioterápicos, para combater o câncer. Esses medicamentos se

misturam com o sangue e são levados para todas as partes do corpo,

destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo

que se espalhem pelo organismo.

 

“No início fazia quimio toda semana. O cabelo caiu, perdi 30 quilos e

sentia dores por todo corpo. Para todo lugar que ia passava mal. Era

comer num restaurante ou lanchonete para vomitar na frente de todos.

Fiquei depressivo. E, por causa da quimio, fui diagnosticado como

estéril. Não podia mais realizar o sonho de ter filhos. Não sei como

minha namorada permaneceu comigo. Até hoje ainda sinto muitas dores

físicas”, comenta o publicitário.

 

Mesmo com as sessões semanais de quimioterapia, que deixam o paciente

debilitado, Henrique começou uma jornada pelo esporte. Chegou a saltar

de paraquedas, mas o escolhido foi o futebol americano. Entrou para o

Campo Grande Predadores, equipe de futebol americano de Mato Grosso do

Sul, e chegava a ir aos treinos com máscara de proteção

pós-quimioterapia e curativos de soro. Foi quando os companheiros lhe

apelidaram de Câncer.

 

“Quando faço quimio fico cerca de três dias ruim. Uma sensação

horrível. Parece que os ossos do corpo pegam fogo. Você vomita, fica

fraco, tem náuseas, insônia, dor e tontura. E nem sempre pode pegar

folga do trabalho. Meu médico chegou a me receitar morfina para não

sentir tanta dor. Com o tempo acostumei e passei até a ir treinar mal

mesmo. Os outros jogadores ficavam preocupados. Mas acabaram por

entender que eu precisava daquilo”, disse.

 

Em 2015, ano repleto de boas notícias, a doença teve o primeiro recuo,

que permitiu diminuir a quantidade de sessões de quimioterapia.

Situação que acarretou em outra boa nova, com menos medicamentos no

sangue, Henrique, sem saber, voltou a ser fértil. Descobriram a

novidade quando Janaína percebeu estar grávida. Uma felicidade seguida

por um pedido de casamento. Depois mudaram, por oportunidades no mercado

de trabalho, para Cuiabá (MT).

 

“Foi um susto quando fiquei sabendo que seria pai. Eu tinha ficado

estéril. Como assim vou ter um filho? Pensei. A gente nem mais se

cuidava por causa disso. Então descobrimos que eu havia voltado a

produzir espermatozoide, por mais incrível que pareça. E casamos com

ela grávida ainda naquele ano, 2015. Hoje a bebê, de nome Yanni, está

com dois meses de idade. E ela será uma torcedora do Cuiabá

Arsenal”, conta o guerreiro, com largo sorriso no rosto.

 

Henrique se tornou membro da Associação Atlética Cuiabá Arsenal

(AACA) em 2015, logo após ter chego de mudança de Campo Grande (MS).

Foi treinado pelos técnicos do clube e, neste ano de 2016, disputou a

primeira partida como parte do plantel de atletas. Foi um dos

responsáveis pela vitória de 76 a zero contra o Tangará Taurus, na

1ª rodada do Campeonato Mato-grossense de Futebol Americano. Segundo

ele, mais um sonho realizado com sucesso.

 

“Sempre tive o sonho de ser pai. Por um tempo fiquei triste pensando

que não seria. Mas a vida me trouxe a Yanni de presente. Outro sonho

era jogar pelo Cuiabá Arsenal. Lá em Campo Grande e no Brasil todo, o

Arsenal é visto como um exemplo que deve ser seguido. Tanto por conta

das realizações dentro do campo, quanto por causa das ações fora

dele. É um clube admirado, em que eu nem pensava um dia fazer parte. E

hoje estou aqui”, reflete.

 

O Cuiabá Arsenal disputará duas competições na temporada deste ano.

O 2º Campeonato Mato-grossense de Futebol Americano, iniciado em abril

e com finais previstas para junho, com mais quatro times do interior. E

o Campeonato Brasileiro de Futebol Americano, de julho a dezembro, com

jogo de abertura na Arena Pantanal, contra Corinthians Steamrollers, no

dia 9 de julho. E Henrique estará na busca pelo bicampeonato estadual e

tricampeonato brasileiro.

 

“Tenho tudo que o esporte não precisa que um atleta tenha. Tenho

deficiência em conseguir massa muscular, uma fadiga mais rápida e

cicatrização demorada. Se me cortar posso ter hemorragia. Mas tomei

isso como desafio. Preciso me dedicar mais do que uma pessoa em

condições normais para ter os mesmos resultados. Por isso faço muita

preparação física. E essa busca, aliada com os vínculos de amizade

entre jogadores, contribuem para meu bem-estar”, acredita.

 

Henrique continua com as sessões mensais de quimioterapia. E, neste

ano, o tumor teve uma remissão, que é quando a doença não demonstra

mais sinais de atividade, mas isso ainda não é uma cura. Ele segue com

o tratamento até 2018.

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