Mato Grosso conquistou cinco medalhas na edição 2015 das Paralimpíadas Escolares, nas provas realizadas entre os dias 25 e 27, em Natal (RN). Uma de prata e uma de bronze foram na modalidade tênis de mesa, categorias dupla e individual, respectivamente, e as demais foram no atletismo, natação e judô.
No tênis de mesa, a para-atleta Samara Pinho da Silva, de 14 anos, da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cuiabá, ficou com a medalha de prata na categoria duplas e com uma de bronze na disputa individual. “Em alguns momentos nas competições ela ficou nervosa, mas com conversas e incentivo foi se acalmando e fez boas partidas”, avaliou o técnico Willian Luiz da Silva. Para ele foi um excelente resultado, ainda mais sendo a primeira vez que a aluna participa de um campeonato.
Maria Lucilene França, 15 anos, estudante da Escola Estadual Papa João Paulo II e da Apae de Itaúba (a 570 km de Cuiabá), conquistou o bronze na prova de atletismo nos 1.500 metros, realizada no campus da Universidade Federal do Rio Grande no Norte. Ela é a atual campeã estadual na categoria T20 (classificação para atletas com deficiência intelectual) em provas de 800 metros, mas nos Escolares participou das provas de 100 e 400 metros, além da de 1.500 m.
Também de Itaúba, Gleise Elen Chafrão, 16 anos, garantiu mais um bronze para Mato Grosso pela modalidade do judô. Na última luta da chave derrotou no combate a adversária de Mato Grosso do Sul, em 45’, com um belo ippon - o tempo e o golpe perfeito definiram a vitória com a pontuação máxima do judô. Ela tem deficiência visual grave e pratica o esporte há três anos.
Tanto Maria quanto Gleise foram descobertas e são treinadas pelo professor Paulo César Salomão. Para ele, mesmos sem muita preparação para as paralimpíadas em Natal, já que teve pouco tempo para treinar, o resultado é muito satisfatório. “No judô, por exemplo, o nível dos atletas na competição era muito alto. A técnica muito apurada. A maioria das lutas foi vencida por ippons, poucas por critérios de empate e punição – faltas”, ressalta.
Gleise é a atual campeã estadual de judô na categoria até 52 kg, já viajou para competições fora do país, como o sul-americano, onde foi vice-campeã na categoria B3, peso até 52 kg. Para o técnico de judô que acompanha os jogos em Natal, Leopoldo Rafael Neto, a atleta tem força de vontade e técnica e pode conquistar outras medalhas na competição.
Já na natação, na prova de 50 metros livres, a medalha foi alcançada por Rai da Silva Souza, de 17 anos, de Cuiabá. O atleta treina há cerca de um ano no Instituto dos Cegos do Estado de Mato Grosso (Icemat) e estuda na Escola Estadual Leônidas Antero de Matos.
Com esse resultado, os atletas estão habilitados ao programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte, na categoria estudantil.
Para o chefe de delegação, o superintendente de Promoção e Articulação das Políticas Públicas para as Pessoas com Deficiência da Casa Civil, Marcione Mendes de Pinho, todos os participantes saíram campeões - quem venceu e quem não conseguiu medalhas. “A participação no evento será o maior incentivo para os que foram a Natal e para os que ainda irão aos Escolares. Em especial aos professores e técnicos, para que treinem com afinco, para que se qualifiquem ainda mais em suas modalidades”, afirmou, ressaltando que é preciso treinar os atletas para que o estado tenha novos futuros campeões.
O superintendente destaca que os conhecimentos adquiridos vão ajudar o governo estadual nas políticas públicas em relação às ações para pessoas com deficiência e ao esporte paralímpico, em geral. “Este será o nosso troféu”, argumenta.
A delegação de Mato Grosso contou com o patrocínio do governo do estado, por meio das Secretarias de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, e de Educação e, de acordo com Pinho, a postura do governador Pedro Taques, em entender que a prática do esporte é importante para a pessoa com deficiência, bem como a inclusão do paradesporto na escola, inclusive com a medida em unir as pastas de Esporte e Educação, deve ser comemorada. “Este é o primeiro passo, um grande acerto do governo”, declara.
Para ele, as Paralimpíadas são um divisor de águas para Mato Grosso na vida de jovens e adolescentes com deficiência, para as escolas e nos jogos escolares paralímpicos estaduais - que começam a ser planejados a partir do retorno da equipe a Cuiabá.
O evento
A edição 2015 das Paralimpíadas Escolares reuniu mais de 700 atletas de 12 a 17 anos, representando 24 Estados, o Distrito Federal e o Reino Unido.
Maior competição do mundo entre atletas paralímpicos em idade escolar, o evento promoveu disputas em oito modalidades: atletismo, natação, bocha, goalball, judô, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e futebol de 7.
A realização é do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e desde sua criação, em 2006, tem sido vitrine de grandes nomes do esporte brasileiro, como Alan Fonteles, campeão nos Jogos de Londres 2012 e medalhista nos mundiais de Lyon 2013 e Doha 2015; Lorena Spoladore, campeã mundial em Lyon e medalhista de prata em Doha no salto em distância; Leomon Moreno, medalhista de prata em Londres e campeão Mundial em Espoo (FIN), em 2014; e a nadadora Esthefanny Rodrigues, medalhista no Mundial de Glasgow 2015 e nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015.
Nesta edição, as Escolares ainda contaram com atividades fora das disputas por medalhas dos atletas. Nos três dias de provas, o público ainda pode conhecer o parabadminton, modalidade que fará parte do programa dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Para isso, a organização montou uma quadra e contou com a presença da atleta Cintya Oliveira e da técnica Marta Cristina Lopes.
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