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Esportes Domingo, 12 de Julho de 2015, 13:12 - A | A

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Domingo, 12 de Julho de 2015, 13h:12 - A | A

DESTAQUES ESPORTIVOS

Jogadores cuiabanos da seleção brasileira de futebol americano guerreiam fora do campo para se manter

RODIVALDO RIBEIRO
REDAÇÃO

Reprodução

arsenal

 

 

Continuando a série de entrevistas com atletas mato-grossenses de destaque nacional e internacional em esportes com menos apelo e apoio do que o tradicional futebol, hoje conversaremos um pouco com Heron Souza de Azevedo, um dos capitães e técnicos do Cuiabá Arsenal, militante do futebol americano e um dos quatro jogadores convocados para a seleção brasileira -- os outros são Igor Mota, Hátila Fogo e Andrei Vargas. Juntos, eles lutaram para conseguir dinheiro para pagar as passagens para Canton, Ohio (Estados Unidos), apesar do custo de US$ 38 mil já serem pagos pela Associação de Futebol Americano do Brasil (Afab) à Federação Internacional de Futebol Americano (Ifaf, no original, em inglês) e ao Comitê Organizador Local referentes à taxa de inscrição, translado terrestre nos Estados Unidos, hospedagem e alimentação de 60 pessoas, entre atletas e comissão técnica da equipe.

 

Para chegar lá, houve de tudo um pouco: venda de rifas, vaquinha virtual, venda de camisetas promocionais. Tudo para realizar o sonho de jogar a Copa do Mundo com mais seis países, em dois grupos. No grupo A estariam Estados Unidos, Japão, México e Canadá (que desistiu de participar um mês antes da competição começar); no grupo B estão Coréia do Sul, Austrália, França e Brasil.

 

O esporte é, por si só, caro para os padrões brasileiros, pois exige acessórios de segurança – “no qual somos privilegiados, pois o time é o dono do equipamento, aliás, o único do Brasil que oferece isso”, conta Heron – que custam, no mínimo, R$ 1.000 e tem que ser trocado periodicamente.

 

Esta é a primeira vez na história que a Seleção Brasileira -- Brasil Onças -- participa da competição, disputada desde o dia 8 (segue até o dia 18 de julho). Infelizmente, estreamos com derrota, para a França, por 31 a 6, mas demos a volta por cima com uma vitória de 28 a 0 contra a Coréia do Sul. Ao todo, são 45 atletas na Seleção Brasileira.

 

Igor Mota ocupa atualmente a função de capitão do Arsenal e da Seleção Brasileira, além de ser o coordenador defensivo do time local; Heron Azevedo, que joga como wide receiver, é o coordenador ofensivo da equipe cuiabana, e os jogadores Hátila Fogo e Andrei Vargas (capitão da defesa do Arsenal e da seleção) são os técnicos de posição do Cuiabá Arsenal. Vale lembrar que o futebol americano no Brasil é bastante recente, com somente 15 anos de atividade.

 

Reprodução

futebol americano

Esta é a primeira vez na história que a Seleção Brasileira - Brasil Onças - participa da competição

 

Leia abaixo os principais trechos da entrevista com o wide receiver Heron Azevedo, que já está nos Estados Unidos e jogou no domingo (e venceu) contra a Coréia do Sul.

 

HiperNotícias – Como começou sua vida no Futebol Americano?

Heron Azevedo – Eu jogava no Rio de Janeiro. Por meio disso, acabei indo fazer faculdade nos Estados Unidos. Lá, a proximidade com o esporte aumentou.

 

HN – A trajetória do Cuiabá Arsenal impressiona pelos resultados nacionais e pelo fato de já ter, junto com você, quatro jogadores na seleção nacional. Como isso é possível sendo o futebol americano um esporte caro num Estado sem tradição na modalidade?

H.A. – Sim, o equipamento é caro, mas aqui nós temos o privilégio de o próprio time fornecer esses equipamentos, que custam em torno de R$ 1 mil para os jogadores. Aliás,  é um dos poucos times no Brasil que oferecem equipamentos aos atletas durante a temporada., o que ajuda muito.na hora de manter o atleta com a cabeça concentrada só em treinar e jogar bem. E aí, claro, cada um cuida do seu equipamento e faz sua manutenção.

 

HN – Recentemente, o ministro dos Esportes, George Hilton, perguntado pelo HiperNotícias sobre apoio ao time de Cuiabá, que é bicampeão brasileiro (entre outros títulos), disse que estava aberto a conversas, ideias e projetos para fomento ao esporte. Admitiu que não conhecia muito a história do futebol americano aqui, mas citou a Paraíba como um dos polos. Procede?

H.A. – Que bom que ele disse isso, pois todo apoio é bem vindo. Sim, a Paraíba tem time muito forte, já nos enfrentamos em play-offs em 2012, ano em que fomos campeões, e a vitória foi bem difícil. Inclusive, em 2013 e 2014 nosso técnico era paraibano, o Brian Guzman, que nós resolvemos convidar porque nosso técnico tinha ido embora.

 

HN – A média de idade dos jogadores é diferente dos outros esportes coletivos, não?

H.A.— Tem de gente muito nova até bem velhos. No time adulto, temos gente de 16 anos até os em idade apta para praticar alguma atividade física.

 

HN – É verdade que há aqui também um time feminino?

H.A. – Sim, elas disputaram o brasileiro recentemente, em Brasília, e ficaram em quarto lugar no primeiro ano delas como Cuiabá Arsenal.  É um time bem novo, de Flag, uma modalidade sem contato do futebol americano onde invés de derrubar o oponente para parar uma jogada, você retira uma bandeira na cintura da jogadora.

 

HN – Nós temos alguma perspectiva de ganhar essa Copa do Mundo?

H.A. – Não. A realidade é essa, todos os outros times, exceto Brasil e Coreia do Sul, já participaram de copas anteriormente. Estamos nivelados com a Coreia. Podemos talvez ganhar nosso primeiro jogo contra a França [a entrevista aconteceu enquanto o atleta estava em Cuiabá, e infelizmente a previsão dele não se confirmou, pois perdemos], provavelmente da própria Coreia do Sul, mas daí em diante, tudo fica muito muito difícil, porque nós não temos experiência internacional alguma, é a nossa primeira.

 

HN – Quais são as potências mundiais hoje no futebol americano?

H.A. – É mais ou menos baseado nas colocações do último mundial, Estados Unidos, Canadá, Japão e México. Depois habitualmente é Alemanha, França, Áustria e Austrália.

 

HN – O Japão é potência do futebol americano?

H.A. – Sim, é o time mais forte fora do continente americano, só perde mesmo para os Estados Unidos e o Canadá. Mesmo o México tem um nível um pouco abaixo do deles.

 

HN – Começou no esporte em que ano? Conheceu o esporte nos Estados Unidos, não é?

H.A. – Comecei em 2004, mas não. Eu só fui pros Estados Unidos depois, fui pra lá por causa do esporte. Nasci no Rio de Janeiro e lá comecei a jogar. Em 2009, resolvi fazer faculdade lá nos Estados Unidos, já por causa do futebol americano. Tenho contato com o Cuiabá Arsenal desde 2008. Quando voltei para o Brasil, o time me ofereceu oportunidades de trabalho aqui. Resolvi aceitar e me mudei pra cá.

 

HN – Reza a lenda que nosso time, o Cuiabá Arsenal, é mais forte que os times do Rio de Janeiro. Procede?

H.A. – Tem times bem fortes no Rio. Flamengo, Botafogo e Vasco. O Vasco foi campeão do torneio nacional do ano passado. Flamengo e Botafogo também são fortes. Acho que seria um bom jogo com qualquer um deles. Dos três do Rio, acho que o mais fraco é o Botafogo. Vasco e Flamengo estão fortes.

 

HN – Na Copa do Mundo, a seleção dos Estados Unidos é feita só de universitários, não? Não há como ter algum dos profissionais lá?

H.A. – Normalmente não são universitários, mas quem acabou de sair da universidade nos últimos dois anos ou que joga em qualquer uma das ligas profissionais, menos a NFL, jogam na Arena ou jogam internacionalmente. Há dois que jogam em times brasileiros na seleção norte-americana. 

 

HN – Sem querer diminuir, mas então seria uma espécie de Série B ou C dos Estados Unidos que compõe a Seleção, não?

H.A. – Sim, mas eles fazem isso propositalmente, pra dar competitividade, porque já é muito difícil alguém ganhar deles. Com os profissionais, haveria praticamente nenhuma chance. Com os jogadores da NFL não iria haver nem brincadeira. Não daria mesmo nem pra brincar. Mesmo com a liga universitária seria praticamente impossível, pois é de lá que saem os grandes jogadores das maiores ligas profissionais.

  

HN – Quer deixar algum telefone para o caso de algum empresário ou qualquer pessoa se interessar em contribuir com patrocínios ou parcerias para o time ou mesmo atletas e seleção?

H.A. – Sim, (65) 9636-8919. Visite meu perfil https://www.facebook.com/HeronAzevedo.

 

 

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