"Nenhum clube no Brasil quis ficar comigo. Chego na Europa e jogo três anos na terceira divisão, em Portugal, até chegar no Lille", recorda o jogador, em suas primeiras palavras como atleta da seleção, durante coletiva no CT Joaquim Grava, em São Paulo. "Tudo que eu passei, deixar minha família aqui no Brasil, valeu a pena. A dificuldade me fez crescer."
Alexsandro passou pela base do Flamengo, onde trabalhou com Vini Jr e Hugo Souza, com quem reencontrou na seleção. Oriundo da comunidade Dique II, em Gramacho, ele chegou a trabalhar como feirante e por pouco não desistiu do futebol antes de ganhar uma chance no Resende e abrir caminho para jogar em Portugal.
A trajetória de superação foi comemorada por ele, que não escondeu a emoção e revelou que fez um churrasco com a família para celebrar a presença na seleção.
"Até o dia seguinte da convocação eu não acreditava. Foi só quando eu pisei aqui que me dei conta", conta. "Pude ser resiliente e quando não tive força, minha família estava por perto. Mas a gente vai tirando força da dificuldade e quando chega esse momento, hoje eu saboreio."
Ele admitiu que o fato de jogar em um clube pouco conhecido dos brasileiros pode causar estranheza na torcida, mas garante estar preparado para o desafio."É normal (as pessoas não o conhecerem), mas o mais importante é eu saber o que passei e como me dediquei para chegar aqui. Temos de lidar (com a pressão), mas para mim isso é normal. Podem me chamar de jogador de time pequeno, mas sei do que sou capaz."
O zagueiro ganhou espaço com a lesão de Eder Militão, com quem Ancelotti trabalhou no Real, e Gabriel Magalhães, do Arsenal. Alexsandro vê a disputa como saudável e sabe que terá de convencer Ancelotti por uma vaga nas próximas convocações.
"Pode parecer clichê, mas estou aqui para agregar. Quero ganhar meu espaço aqui pouco a pouco, com mérito", afirma. "Quero agarrar essa oportunidade assim como fiz em todas na minha vida. E quando eu não tive, fiz acontecer."
O Brasil enfrenta o Equador pelas Eliminatórias na quinta-feira, em Guayaquil, partida que marca a estreia de Carlo Ancelotti. Na terça, a seleção encara o Paraguai, na Neo Química Arena, em Itaquera.
(Com Agência Estado)
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