Malpass contextualizou que a covid-19 e a guerra da Rússia à Ucrânia aumentaram o protecionismo e preços de commodities e de alimentos no mundo, além da acumulação de estoque - tendências que, caso se mantenham, "vão atingir severamente o comércio internacional e seus benefícios".
"A desaceleração do comércio vai criar ventos contrários para a economia global, especialmente para os países mais pobres", alertou o dirigente, que discursou nesta quinta na University de Niamey, na Nigéria.
O Banco Mundial estima que países em desenvolvimento precisarão de US$ 2,4 trilhões anualmente, pelos próximos 7 anos, só para lidar com os desafios relacionados a mitigação e adaptação climáticas, conflitos e pandemias, disse Malpass.
Perspectivas de crises domésticas
O presidente do Banco Mundial afirmou que países em desenvolvimento estão encarando a perspectiva de enfrentar grandes crises domésticas, com aumento da fome e da pobreza, desaceleração da economia e crescimento a nível insustentável da dívida pública em meio à alta das taxas de juros.
Malpass disse que mais da metade dos países pobres tem ou está em risco de ter sobreendividamento.
A autoridade alertou que os governos devem se planejar para estresse financeiro contínuo. "Inflação e taxas de juros mais altos em economias avançadas levam à escassez de capital em países em desenvolvimento, causando depreciação da moeda e taxas de juros maiores, aumentando assim o peso da dívida", discursou.
Malpass contextualizou que países tiveram grandes déficits orçamentários e viram aumentos significativos na dívida pública em resposta à pandemia. Muitas nações em desenvolvimento, falou, contraíram dívidas de credores não tradicionais, com contratos sem transparência.
Investimento é prioridade
Políticas sólidas de promoção ao investimento privado devem sempre permanecer como prioridade máxima, afirmou David Malpass. "Sem elas, não haveria nenhum crescimento econômico", defendeu.
Malpass disse também que a política monetária tem papel em apoiar os investimentos privados, principalmente ao promover inflação baixa e estável a médio prazo. "Isso deve estar ancorado em uma política fiscal que não dependa da monetização dos déficits governamentais", afirmou.
Ele falou ainda que a adoção de disciplina fiscal de longo prazo nas finanças dos governo é vital para atrair capital privado.
(Com Agência Estado)
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