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Economia Segunda-feira, 14 de Março de 2016, 14:40 - A | A

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Segunda-feira, 14 de Março de 2016, 14h:40 - A | A

Quarta maior economia do estado, setor florestal alega falta de fomento do governo

RAYANE ALVES

Com cerca de 150 mil hectares de manejo ao ano para suprir as indústrias e atender a demanda de mercado, o setor de base florestal de Mato Grosso representa a 4ª economia do estado. Aproximadamente 1.600 empreendimentos são responsáveis pela geração de cerca de 110 mil empregos diretos e indiretos, além de manter 3,2 milhões de área florestal conservada.

 

Divulgação

José Eduardo Pinto

Apesar disso, representantes do setor reclamam que há muitas barreiras para o desenvolvimento das indústrias no estado. Além disso, reclamam de uma constante discriminação em torno da atividade madeireira, apesar de toda a produção ser extraída do manejo florestal sustentável.  

 

Presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), José Eduardo Pinto avalia que falta apoio do governo para o desenvolvimento da indústria madeireira, sobretudo pelo excesso de impostos.

 

Além disso, José Eduardo explica que muitas pessoas ainda confundem o Manejo Florestal Sustentável com desmatamento, embora não tenham nada em comum.

 

“As pessoas confundem por falta de informações. Existem três situações que podemos colocar para ilustrar e com parar as diferenças. 1º ponto, o manejo não desmata, ele colhe as árvores maduras, avaliadas e autorizadas por órgãos ambientais. Cabe ressaltar que, a cada proporção de um campo de futebol são colhidas apenas de seis a sete árvores, e essa área só poderá ter colheita novamente após 35 anos. Dessa forma o manejo florestal sustentável não representa risco algum às florestas. Nós trabalhamos de forma a valorizar a natureza, respeitando sempre as legislações e o meio ambiente. O 2º ponto, existe também o desmatamento legal: nesses casos o detentor da área recebe autorização para desmatar cerca de 20% de determinada área, esses casos são mais comuns nos casos de agronegócio e pecuária. Já no 3º ponto, existe o desmate ilegal, que são aqueles realizados sem autorização dos órgãos vigentes”, afirmou.

 

José Eduardo avalia ainda que o setor florestal enfrentou certa dificuldade de comunicação com o governo ao longo dos anos, herança de gestões passadas que não foram bem digeridas neste governo.

 

“Embora sejamos um dos segmentos mais onerados e os que mais sofrem por legislações impensadas que atingem em cheio o setor produtivo do estado, podemos destacar que, com os esforços do Cipem, estamos conseguindo espaços para trabalhar e nos fazendo ouvir pelos governos”, comenta.

 

Desde Janeiro deste ano, o Noroeste do Estado está passando por alguns problemas com relação aos resíduos da madeira. Ao receberem a visita do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), algumas indústrias  auferiram multas milionárias com valores acima de 500 mil reais cada e um prazo de 30 dias para quitar o débito. Impossibilitados de pagar, essas indústrias foram embargadas.

 

Sobre o assunto o presidente do Cipem comentou que é comum muitas indústrias madeireiras depositar os resíduos da madeira em seus pátios. Isso é feito, justamente porque o governo não tem fomento para que essas empresas  aproveitem o material, assim, elas são mantidas nas áreas externa das madeireiras.

 

“Ocorre que o Ibama, em visita ao Noroeste, determinou que estes resíduos não poderiam mais ser mantidos nos pátios e além de aferir multas milionárias  embargou as empresas, avisando que deveriam retirar os resíduos. Entretanto, nos deparamos com a pergunta, onde colocar? Pois somos proibidos de retirar das madeireiras por não ter um local correto por lei para colocá-los e agora somos impedidos de manter nos pátios”, lamentou.

 

Outro grave problema é a proposta do Ibama em reduzir o rendimento da Tora (CRV). Segundo o presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal, Geraldo Bento, o Ibama e o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), propuseram sem que houvesse uma ampla discussão do assunto, reduzir para 35%, o Coeficiente de Rendimento Volumétrico (CRV), no processo de desdobro da tora em madeira serrada para obtenção de produtos florestais que atualmente é aplicado em 45%.

 

“Essa propositura se aprovada pode significar o fim da atividade no país, uma vez que tem estudos e inclusive vídeos que levamos em reunião com o Ministério do Meio Ambiente em Brasília que provam rendimento superior a 50%”, comentou.

 

Segundo o presidente, na prática o CRV mede o aproveitamento da tora, ou seja, o quanto de metro³ dessa tora poderá ser utilizado para a obtenção de madeira cerrada. “O setor tenta usar o máximo possível dessa tora, mais a proposta do Ibama diz que temos que usar menos. Então nos resta o questionamento, do que fazer com este “restante de madeira?”questionou.

 

A propositura faz parte da proposta de revisão da Resolução CONAMA nº 411/2009, e para Geraldo, o Ibama não respeitou os princípios básicos que era discutir a indicada com todas as instâncias envolvidas.

 

“Não foi assegurado a todos os envolvidos a ampla participação, discussão técnica e maior transparência no processo devido à relevância do tema. Solicitamos então, que a emenda proposta de reduzir o CRV de 45% para 35%, seja remetida à Câmara Técnica de Florestas e Demais Formações Vegetacionais (CTFlor) para análise e ampla discussão, recomendando ainda no processo a participação de instituições aptas e imparciais, por exemplo: as Instituições de Ensino e Pesquisa, EMBRAPA Florestas ou Universidades Estaduais, Federais, dentre outras”, explicou.

 

Diante das situações apontadas os representantes florestais concluíram quais são as perspectivas para 2016.

 

“2015 foi um ano de muito trabalho para Mato Grosso, o setor florestal enfrenta muitos entraves para se manter ativo na atividade, mas somos persistentes e acreditamos no potencial mercadológico que tem o Estado. Vamos trabalhar no que for possível para garantir o fomento e continuarmos  garantindo emprego e renda, sempre respeitando o meio ambiente”, finalizou José Eduardo.

 

Já Geraldo, concluiu que quer continuar contribuindo não apenas no Estado, mas em todos os outros do país.  “Cada um tem uma particularidade, mas temos em comum a vontade de crescer e de continuar gerando emprego e renda. Dessa forma continuaremos fazendo parte da potente economia deste país de maneira justa e sustentavelmente correta”.

 

 

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